Por Daniel Vila-Nova
No verão de 2020, logo após o carnaval, era “só uma gripezinha”.
No início do outono de 2020, a primeira morte.
O inverno chegou e, em junho de 2020, já haviam sido 50.000 perdas. A desculpa? “Não sou coveiro”…
Ao final da primavera de 2020, quase 200 mil vidas já haviam partido. Mas tínhamos de “parar de mimimi”. Milhares de mortes, milhares de mortos e, enfim, mais de meio milhão de vidas esmigalhadas.
Nestes últimos 12 meses, do último verão ao início deste inverno, perdemos 9 vezes mais pessoas que o início do último inverno.
Neste 21 de junho, já foram 300 mil mortes só em 2021. E a irresponsável e criminosa mensagem presidencial, qual é? “Deixem de usar máscaras”.
O que esperar dos próximos 6 meses, Querida Leitora, Querido Leitor e Queride que lê?
Há cerca de 1 século, Mário de Andrade concebeu Macunaíma e imortalizou a frase:
“POUCA SAÚDE E MUITA SAÚVA, OS MALES DO BRASIL SÃO.”
Nessa dança macabra de desgovernos, segue o som incômodo de um réquiem. A sensação é de ré engatada.
A vacinação segue a passos de formiga. E as estações passam…
Enquanto isso, as cigarras morreram cantando e resistindo. Os formigueiros se tornaram lápides: mortes e mais covas aos milhares. Até quando?
Moral da história? Preguiça e incompetência são as receitas desse genocídio.
Ao final do inverno, sobrará alguma Saúva para contar a fábula?
Daniel Vila-Nova é jurista e professor. (Pressenza)
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