Por Célia Moura
Isso, devagar tão suave como a pluma que trago
No feitiço dos teus olhos
Estremece-me as coxas de desejo.
Leva-me até às margens da loucura
Eleva-me nesse ideal
Onde o sangue ferve até doer.
Isso, em cadência agora como num ritual
Lança ao fogo todo o lixo grotesco e rude
Dessas trôpegas mãos amadas
Por mim beijadas.
Teu veneno não me alcança
Apenas me diverte
Como a uma criança a quem dão sempre
O mesmo jogo de presente.
Vem,
Lambuza-me desse teu fel
Cansei do mel!
© Célia Moura