Por José Yorg, o cooperário *
“A educação tem um carácter eminentemente social e socializador, pelo que os seus processos exigem que a sua actividade formativa seja baseada num trabalho de grupo que permita a interdependência, propósitos e esforços comuns. Estes processos devem permitir aos educados associarem-se a tarefas comuns, aprenderem num regime de comunidade e cooperação que favoreça as relações de comunicação entre as pessoas.“
Pedro Alfonso Alemán
Falar do meu trabalho como Diretor da Faculdade de Administração, Economia e Empresas (FAEN) da Universidade Nacional de Formosa (UNaF), numa altura em que estou a cumprir a tempo parcial o mandato que termina em Agosto do próximo ano, é uma desculpa formidável para falar e partilhar essa experiência e permite-me contribuir com conhecimentos e acções para o bem do ensino superior e do que considero necessário reflectir sobre isso.
O Conselho de Administração, enquanto órgão colegiado com representantes dos vários níveis, aborda muitas questões que compõem a vida institucional, e isso, precisamente, nos dá perspectivas plurais que enriquecem a análise, o debate interno e a tomada das melhores decisões para uma maior e melhor institucionalidade.
Consequentemente, falar deste processo de representação também tem a ver com partilhar algumas reflexões com os licenciados, com os professores, com os alunos, com os não docentes, incluindo o povo, e na minha opinião é positivo porque contribui para intensificar a democracia participativa.
Relacionamento universitário
A relação universitária é, como qualquer relação humana, uma relação complexa que exige grande capacidade de diálogo, respeito recíproco, saber compartilhar conhecimentos relevantes e, principalmente, aprender a trabalhar em equipa cooperativa.
Ao refletir e compartilhar meu ponto de vista de uma honrosa tarefa universitária sobre os aspectos da vida universitária a partir de minha função como Diretor da FAEN, posso afirmar que a semeadura cooperativa continuará para o bem dos estudantes e da universidade até o final do meu mandato de vida com frutos positivos.
Cooperativas educacionais universitárias
Em referência ao poder da educação cooperativa desenvolvida na FAEN pela professora Ana María Ramírez Zarza, responsável pela Cátedra Opcional II “Constituição e gestão contábil e tributária das cooperativas”, permito-me replicar as palavras do Ministro da Educação de Santa Fé, José Goity: “Uma das ferramentas mais poderosas que temos dentro do sistema educacional é poder reconhecer nossas melhores tradições e colocá-las em actos de aprendizagem, e o cooperativismo é uma das as grandes tradições que temos, um dos orgulhos que temos como comunidade, como sociedade”.
Penso com absoluta convicção que, neste momento, posso sugerir como proposta àqueles que tenham interesse em realizar uma investigação e estudo destes processos educativos cooperativos; porque prima facie é possível tornar visível uma revitalização da abordagem do cooperativismo na universidade à medida que este se torna profundamente estabelecido.
Claro que nos deparamos com esta experiência incipiente que é fruto, por um lado, do que é ditado na Cátedra Optativa II Cooperativas e, por outro lado, do meu trabalho como Conselheiro identificado com a educação cooperativa escolar e universitária numa unidade, claro, dependendo da continuidade ou ruptura desta experiência, na medida em que sejam apoiados politicamente.
Necessidade de pensar, metodologicamente, a partir de uma consciência transformadora, dinâmica, contrária ao pensamento estático, burocrático e tradicional.
A educação, como simples processo social, não pode ser analisada ou pensada por si só, sem vincular a sua ancoragem territorial, pois está ligada a decisões políticas e a interesses sectoriais, daí surgem as diversas expressões a favor, ou reticências ou rejeição directa das propostas de incorporar a educação cooperativa nos níveis escolar e universitário. É uma constante, uma luta permanente.
O princípio pedagógico fundamental do cooperativismo na função educativa é a sua abordagem teórico-prática que se liga necessariamente à necessidade de pensar, metodologicamente, a partir de uma consciência transformadora, dinâmica, contrária ao pensamento estático, burocrático e tradicional. Pressupõe-se que o contexto universitário é um ambiente plural e aberto ao ensino, à extensão e à pesquisa e ao debate de ideias.
Concomitantemente, é oportuno destacar o avanço da educação cooperativa universitária graças à iniciativa da professora Ana María Ramírez Zarza, cuja iniciativa e proposta de realizar um curso sobre cooperativas na plataforma online MOOC-UNNE levou a um acordo para esse fim entre a Universidade Nacional do Nordeste (UNNE) e a Universidade Nacional de Formosa (UNaF), facto histórico e inédito, aliás.
Em fraternidade, um abraço cooperativo!
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