Son,h,o,s,

Como cliente, extremamente orgulhosa, de uma mega, conceituada, icónica, bonita, democrática, prática, estratega, cadeia sueca, sediada, ainda hoje, na pequena vila de Älmhult, com oito mil e quinhentos metros quadrados, e cerca de nove mil habitantes, presente em centenas de lojas espalhadas pelo mundo, Alemanha, Austrália, Áustria, Bélgica, Canadá, China, Coreia do Sul, Croácia, Dinamarca, Eslováquia, Espanha, Estados Unidos, Finlândia, França, Hungria, Índia, Irlanda, Itália, Japão, Noruega, Países Baixos, Polónia, Portugal, Reino Unido, República Checa, Roménia, Rússia, Sérvia, Suécia, Suíça, Bahrain, Arábia Saudita, Egito, Qatar, Emirados Árabes Unidos Kuwait, Marrocos, Jodânia, Turquia, Bulgária, Chipre, Grécia, Malásia, Singapura, Tailândia, Israel, Indonésia, Taiwan, República Dominicana, Ilhas Baleares, Islândia, Lituânia e Letónia, com cerca de um milhão de trabalhadores, e um milhão e duzentos mil membros, orientada, e apaixonada, pela vida de, e em casa, e em parceria com marcas como a Lego e a Adidas, apostando, sobretudo, no entusiasmo, na paixão, na união, no humanismo, na sustentabilidade, na função, na qualidade, no design, elevados, e no valor, reduzido, dos diversos produtos que comercializa para múltiplos, e personalizados, espaços, ambientes, de sonho, para todos, crianças, e adultos, quartos, escritórios, cozinhas, salas, jardins, essa, tão minha, tão nossa, o IKEA, em homenagem ao seu, fantástico, e humilde, fundador, há setenta e sete anos, Ingvar Kamprad, e respetivas origens, Elmtaryd e Agunnaryd, aldeia, e povoação, onde cresceu, recebo, assiduamente, por correio, tradicional, ou electrónico, catálogos, e notificações, acerca de campanhas promocionais, desta vez, cingia-se a alguns dos responsáveis por uma bela, ótima, e merecida, noite, de descanso, as almofadas, as fronhas, os lençóis, e os edredãos,

ora, nada, me é, mais, querido, e apropriado, quem me conhece, revê-me, se dormir é, meio, sustento, estou, mais que, garantida, prevenida, afortunada, sortuda, a par de imensa, e eternamente, grata, desde pequena, me deleito, acomodo, regalo, horas a fio, em qualquer encosto, por novo, ruidoso, estranho, que, vos, seja, nesse dia, lembro-me, perfeitamente, acordei, risonha, com a memória, e imagem, de um motorista da carris, qual e porquê aperceber-me-ia, e aperceber-se-á, já, de seguida,

pela tarde, quente, e agradável, parecia primavera, pelas cinco e um quarto, piso a avenida, a analisar, pelo número de pessoas que se encontravam na paragem, o autocarro, o meu, o seiscentos, ainda, não passara, ou falhara, ou se atrasara, melhor confirmar, abeiro-me do horário, e faltam cinco minutos para o início da nossa viagem, olhaste-me, a priori, de soslaio, depois, de cima abaixo, estreava umas calças rosa, claro, com círculos, negros, daquelas, peças, atrevo-me, clássicas, intemporais, um casaco de pele, camisola e havaianas, todos eles pretos, tu, bastante apetecível, musculado, alto, de barba, curta, vestias uns jeans, de ganga, por sinal, escuros também, a combinar com os ténis, impermeáveis, e o saco de ginásio, um casaco, acinzentado, de cabedal, semiaberto, eu percebi, e reagi, mirando-te, centrei-me no relógio da câmara e coloquei-me na fila, entraste, naturalmente, primeiro e ocupaste, sem saberes, curiosamente, ou não, felizmente, há coisas, ainda, in, explicáveis, o meu lugar, o terceiro a contar do fim, do lado direito, da janela, num dos de quatro, in, discreta, validei o passe e sentei-me à tua frente, arrumaste a bagagem entre as, tuas, pernas, voltaste a observar-me, pousaste, e bloqueaste, o telemóvel, no colo, e começaste a ver-me, mascavas a chiclete ao sabor, gradual, do desejo, trincavas, mordias, lambias, suspiravas, nas Berlengas, levantaste-te, piscaste, me, o olho, esquerdo, e saíste, não falámos, não precisámos, ambos ouvimos, bem, o que dissemos,

não fosse eu fiar, me, cada vez menos, em, qui, meras, coincidências, não fosse o sete o meu dia, de aniversário, não fossem os números, em si combinados, sete, do nove, de mil novecentos e oitenta e nove, dar sete, não fosse o sete símbolo de totalidade, perfeição, consciência, intuição, espiritualidade, vontade, dinâmica, movimento, renovação, transformação, não fosse o sete, o mágico, o místico, o esotérico, por excelência, não fosse o sete o Cristiano, Ronaldo, não fosse o arco-íris ter sete cores, vermelho, laranja, amarelo, verde, azul, anil, ou índigo, e violeta, não fossem sete as notas musicais, dó, ré, mi, fá, sol, lá, e si, não fossem sete as maravilhas do mundo, a Necrópole de Gizé, no Egipto, a grande Muralha da China, na própria, a Petra, na Jordânia, o Colisseu, em Itália, a Pirâmide de Kukulcán, no México, o Machu Picchu, no Peru, o Taj Mahal, na Índia, e o Cristo Redentor, no Brasil, não fossem sete as artes, a literatura, a música, a coreografia, o cinema, a pintura, a escultura, e a arquitetura, não fossem sete os dias da semana, segunda, terça, quarta, quinta, sexta, sábado, e domingo, não fosse ao sétimo dia que deus, supostamente, nos, criasse, não fossem sete os pecados, i, mortais, capitais,  a gula, a vaidade, a ira, a preguiça, a luxúria, a avareza, e a inveja, não fosse o sete uma das mais históricas, emblemáticas, e populares, linhas, da rede de elétricos da cidade, cujo percurso abrangia oito estações, a saber, Praça da Liberdade, Carmo, Rua da Oliveiras, Praça da República, Arca d´Água, Amial, São Mamede e Ponte da Pedra, não fosse ele desativado, na década de setenta, sete vezes dez, no século vinte, e substituído, a três de setembro de dois mil e cinco, por uma carreira, de três dígitos, no qual o inicial representa o concelho de distrito, ou seja, dois ocidental, três centro, quatro oriental, cinco Matosinhos, seis Maia, sete Valongo, oito Gondomar, nove Gaia, não fosse o seiscentos seu herdeiro, não fizesse hoje uma semana, deste episódio, não fosse hoje ser sábado, não fosse hoje o António, o Zambujo, estar em Alta, Definição, não fosse o programa fazer sete, anos, de emissão, em dois mil e dezasseis, na minha data, não fosse o set uma metáfora, plena, da vida, segundo Charles Chaplin, uma peça de teatro, de improviso, canto, riso, e dança, incompatível com, quaisquer, ensaios, enquanto as cortinas permanecem afastadas e os aplausos ecoam, não fosse o universo conspirar, tanto, a favor, perguntar-te-ia, certa, e insofismavelmente, amanhã, à mesma hora?

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Bem-vindos, apresento-vos a Ana, Ana em homenagem à avó maternaAna para os demais, Anita para os mais íntimos.
Nasceu a 7 de Setembro de 1989 no Porto, cidade que a viu crescer. Filha única, cedo se revelou uma menina doce, pensante e próxima das letras.
Primeiro, estudou Línguas e Literaturas na ESAH (Escola Secundária Alexandre Herculano), depois, ingressou na ESE (Escola Superior de Educação), onde se licenciou em Educação Básica.
Daqui, partiu para a Universidade do Minho, vindo a frequentar o Mestrado em Educação Pré-Escolar e Ensino do 1º Ciclo do Ensino Básico.
A nível profissional, já abraçou outras áreas, como a comunicação e a restauração, porém, é na educação e na escrita que se revê e reinventa todos os dias.
Nesse sentido, em 2016, colaborou, na qualidade de cronista, para o site Mais Opinião, atualmente, encontra-se extremamente feliz, como se a sua vida tivesse dado uma volta de 560º, por poder participar neste diário.

Agradece sugestões, comentários e propostas futuras através de escritaafiada@hotmail.com ou podem segui-la no seu Facebook.

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Diário 560
Jornal online em Língua Portuguesa especializado em Economia Social.

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