Durante o Encontro Nacional de Técnicos da Confederação Nacional das Cooperativas Agrícolas e do Crédito Agrícola (Confagri), foi possível comprovar como a extinção das Direções Regionais da Agricultura levaram a um processo de degradação dos meios, serviços e técnicos disponíveis ao serviço da agricultura portuguesa.
O reconhecimento destas questões foi debatida pelos cinco vice-presidentes das CCDR-Agricultura, Paulo Ramalho (CCDR-Norte), Vasco Estrela (CCDR-Centro), José Bernardo Nunes (CCDR-Lisboa e Vale do Tejo), Roberto Grilo (CCDR-Alentejo) e Pedro Valadas Monteiro (CCDR-Algarve).
Para a Confagri, “é necessária uma estratégia clara de cada um destes órgãos e estamos, por isso, confiantes de que, em conjunto, poderemos mitigar problemas comuns e adereçar as especificidades de cada qual.”
“Esperamos que sejam a voz do território em Lisboa, e não a voz de Lisboa no território.”
Idalino Leão, presidente da Confagri
Durante esta 11ª edição da iniciativa, que reuniu cerca de 600 técnicos e dirigentes associativos, foi revelado o número de 3.855 candidaturas já submetidas ao Pedido Único de Ajudas, mas muitas são as mudanças e as questões levantadas à Gestão Orçamental dos Apoios para 2025.
Logo no primeiro painel, um quadro com responsáveis técnicos apresentou as principais alterações não só ao nível legislativo, mas também aos próprios formulários de candidatura para a Campanha de 2025 e, ainda, no iSIP e Sistema de Vigilância de Superfícies.
Fututo e incentivos
No painel sobre investimentos e modelos de financiamento na Agricultura, buscou-se por um lado entender o que reserva o futuro próximo com a Transição de Quadros e, por outro, alertar para a criação uma estratégia de reorganização da produção e de simplificação do acesso ao investimento.
A conduzir o debate estiveram Rogério Ferreira (presidente da Autoridade de Gestão do PEPAC no Continente), Rui Garcia (gestor de Produto Trade Finance da Caixa de Crédito Agrícola Mútuo) e José Marques (da Cooperativa Agrícola do Bebedouro), para quem o acesso ao investimento não se deve perpetuar enquanto entrave ao rejuvenescimento do setor agrícola e pecuário.
Voz em Bruxelas
Eduardo Diniz, diretor-geral do Gabinete de Planeamento, Políticas e Administração Geral (GPP), aceitou o convite da Confagri e esclareceu as mudanças que estão a decorrer no complexo europeu em relação à agricultura, tanto ao nível das prioridades da Comissão Europeia para 2024-2029, como em relação à “Visão para o Futuro da Agricultura e da Alimentação” e ao novo Quadro Financeiro Plurianual.
Para a Confagri, “há que trabalhar para que a Política Agrícola Comum chegue, de forma justa, ao maior número de agricultores possível, garanta a segurança alimentar dos seus Estados-Membros, permita o crescimento e modernização do sector agroalimentar e reconheça a produção primária como uma prioridade.”
Houve ainda espaço para discussões sobre os Seguros durante gestão de crise, desenvolvimento tecnológico, digitalização e inovação na Agricultura, Cooperativismo e Crédito Agrícola, dentre outros temas relevantes do sector.