“Doutrinas são, geralmente, exposições sintéticas de diretrizes amplas, e representam, em si mesmas, apenas a declaração de inúmeros problemas; mas a solução para esses problemas, alcançada por meio de seu exame analítico, não pode formar um corpo naquela doutrina sem constituir uma teoria completa da própria doutrina, assim como dessa análise surgem as formas de execução daquela doutrina e daquela teoria. Uma doutrina sem teoria é incompleta; mas uma doutrina e uma teoria sem as formas de realizá-las são inúteis; então, não se completou o ciclo real e integral até que se tenha formado e inculcado uma doutrina, ensinado uma teoria e estabelecido as formas de cumprir ambas.”
JD Perón
Por José Yorg, o cooperário *
Uma discussão virtual foi realizada recentemente, apresentada pelo Dr. José Guadalupe Bermúdez, do México. O convidado principal foi Mario Carrera, presidente do Partido Cooperativo Argentino. Mais tarde, Carmen Viaut, representante do partido na província de Corrientes juntou-se à discussão. O principal tema abordado foi: O chamado do Partido Cooperativo para a América Latina.

A reunião exploratória começou com uma discussão sobre alguns tópicos que podem ajudar a explicar as razões da fundação do Partido Cooperativo.
No contexto socioeconómico da América Latina — além de suas diferenças estruturais —, complexo e institucionalmente decadente, o aumento da pobreza, entre outras calamidades, tem impacto direto nos cooperados e na sociedade como um todo. Os líderes cooperativistas parecem não entender que este é um momento de reflexão e conscientização, levando a acções que erradiquem esses males sociais.
Carreras explicou que, além da confusão do povo, parecia também que aqueles líderes dos partidos populares estavam completamente em um limbo mental, porque então, essas e outras razões impulsionavam a discussão e a elaboração de uma resposta histórica do movimento social e cooperativo: a fundação do partido cooperativo que respondesse — insistiu ele — a uma necessidade histórica atual.
Os valores e princípios cooperativos fornecem suporte doutrinário e político ao partido cooperativo.
O chamado é para a base e todos aqueles que buscam uma alternativa que possa desafiar espaços e gerar poder político cooperativo capaz de influenciar politicamente o poder público na implementação de políticas de bem-estar.
O partido não pretende interferir no desenvolvimento empresarial, trabalhista, produtivo ou de serviços das cooperativas, pois seu principal objetivo, sua meta fundamental, é preencher o vazio que as assola e enfraquece: o vácuo político cooperativo.
Surgiu uma questão: tendo incutido uma doutrina, ensinado uma teoria e estabelecido as formas de cumprir cada uma delas, como indica Perón, porque o movimento cooperativo organizado não promove um movimento político cooperativo?
O líder do partido cooperativo de Corrientes falou com a simplicidade de expressão que as bases, o povo trabalhador e produtivo anseiam. Ele explicou as dificuldades enfrentadas pela população e a mesquinharia de certos líderes partidários, o que também ameaça esse tipo de iniciativa cooperativa.
Ele enfatizou a forte vontade de construir um partido cooperativo, que recebe cada vez mais motivos para fazê-lo a cada dia. O chamado é para que os povos trabalhadores, trabalhadores braçais e produtores camponeses da América Latina se juntem a este grande movimento político cooperativo da Grande Pátria.
Em fraternidade, um abraço cooperativo!
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