Na púbis do teu pincel me devoras
Enquanto minhas ânsias se rebolam
Pelo antigo chão do soalho
Com odor a cera acabada de esfregar
E a incenso.
No declínio do meu ventre
Descansas finalmente
Enquanto o mel dos meus gestos
Te adormece os sentidos.
E tu não sabes, mas eu vejo que na tela que pintaste
Ficou sorrateiramente esborratada de paixão
A tua semente, essa tua assinatura
Para sempre.
© Célia Moura – in “No Hálito De Afrodite”, 2018 (in Antologia Erótica: “Asas De Amor”, 2014)
Célia Cristina Fernandes Moura nasceu em Lisboa em 1971. Começou a colaborar aos dezassete anos com alguma periodicidade para o Suplemento Correio dos Jovens do Jornal “Correio da Manhã”, na modalidade de poesia e prosa poética. Mais tarde viria a colaborar em jornais literários tais como “Artes & Artes”, “Poetas & Trovadores” entre outros.
Foi membro da Associação Portuguesa de Poetas, tendo participado em frequentes recitais de poesia, onde criou raízes humanas e literárias profundas. A sua primeira obra poética surge em 2000, Vestida De Silêncio com a chancela da Universitária Editora e prefácio de Fernando Grade.
Actualmente tem por editar Terra De Lavra, sua 5.ª obra poética, e Monólogos Descontínuos, 1.ª obra em prosa.
Obras Publicadas
Vestida De Silêncio, Universitária Editora, 2000
Jardins Do Exílio, Hugin Editores, 2003
Enquanto Sangram As Rosas…, Edição de Autor, 2010
No Hálito de Afrodite – 2018
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