Por Fátima Veiga *
Quando se tem o privilégio de ter nascido em Coimbra e se ter sido batizado na Igreja de Santa Cruz e ser fruto de um casamento de um jogador da Académica de Coimbra, médico, e de uma bela mulher, muito está dito…
A Academia, e tudo o que ela representa está comigo.
Acompanhava a Mãe e a Avó às compras na Baixa passeando a pé e de eléctrico, tínhamos que parar na Pastelaria Central, para merendar e conversar com as amigas.
Quando saía com o meu Pai demorava um tempo infinito a chegar a casa pois havia sempre um amigo que dizia: Oh Zé Maria a nossa Académica está a jogar melhor que o habitual… E ali ficávamos à conversa!
Havia música no ar, as toadas de Coimbra ecoavam pelas ruas, os sentimentos exacerbavam-se.
As capas negras contrastavam com o colorido das noites no Parque, junto ao Mondego, em noites de concerto da Queima das Fitas!
As idas à Figueira da Foz, de comboio, para ver a garraiada eram uma alegria! As serenatas ao luar nas escadarias da Sé Velha cheia de gente, são inolvidáveis!
A monumental procissão da padroeira da cidade – Rainha Santa Isabel, sob o tórrido calor de julho não deixa ninguém indiferente.
Há uma ternura imensa que afaga o nosso coração e nos faz ficar preso de corpo e alma a Coimbra. A UNESCO assim a classificou como Património Mundial.
As suas gentes, as tradições, a sua monumentalidade, os seus recantos, fazem dela uma cidade de eleição embalada pelo Fado de Coimbra!
* Fátima Veiga é natural de Coimbra e professora profissionalizada de História, Português e Inglês. É estudiosa da História Portuguesa do século XIX. “Coimbra conheço-te bem” é o seu sexto livro editado, este por Edições Vieira da Silva.