Raquel Azevedo *
A Mostra Internacional de Cinema Anti-Racista (Micar), em sua 11ª edição [14 a 17 de Novembro], apresentou uma programação intensa e focada na temática “Ocupação”. O evento convida o público a refletir sobre diferentes formas de ocupação, sejam elas territoriais, sociais, culturais ou políticas, abordando questões como gentrificação, ocupações habitacionais, colonialismo e a luta por espaços de representação.
A seleção de filmes deste ano explora essas várias regiões da ocupação, destacando histórias de resistência e luta por direitos, especialmente aquelas que enfrentam a marginalização e o apagar histórico. As produções escolhidas, oriundas de diferentes partes do mundo, retratam movimentos de ocupação de moradias e espaços públicos, a disputa por territórios indígenas, a resistência de comunidades migrantes e negras em contextos urbanos, e as batalhas por visibilidade de minorias étnicas e culturais.
A temática é um convite a um olhar crítico para a nossa sociedade e para as estruturas de poder que definem quem ocupa os espaços e sob quais condições. Assim, o Micar 2024 não se limita a trazer à tona histórias de resistência, mas também se propõe ser um espaço de diálogo e reflexão. A mostra contará com debates, onde os diferentes convidados e o público poderão discutir a ocupação em suas diversas formas e as respostas combativas a essas imposições.
A 11ª edição do Micar reafirma o compromisso do evento com a promoção do cinema como ferramenta de transformação social, proporcionando visibilidade às narrativas que questionam desigualdades e reivindicam a ocupação de espaços de poder e representação. Celebrando o poder do cinema em unir vozes diversas, o Micar 2024 é uma oportunidade única para se envolver em debates relevantes e necessários, aprofundando a compreensão dos muitos significados e impactos da ocupação em nossas vidas.
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