A direção plenária da Confederação dos Agricultores de Portugal reuniu recentemente com as suas associadas e aponta para a organização, a partir de Setembro, de um ciclo de protestos a exigir o cumprimento da promessa eleitoral.
A reunião, que teve lugar na Cooperativa da Tocha, em Cantanhede, decidiu como um dos pontos principais da sua agenda a questão das Direções Regionais de Agricultura (DRA), que o anterior governo retirou da tutela do Ministério da Agricultura – ficando este, com a sua transferência para as Comissões de Coordenação e Desenvolvimento Regional (CCDR), “amputado” da capacidade de orientar e executar no terreno a Política Agrícola Comum (PAC).
Para a confederação, “prometeram durante a campanha eleitoral a reintegração das DRA ao Ministério da Agricultura”, e passados praticamente quatro meses desde a tomada de posse do governo, “nada foi feito e a paralisia mantém-se”, colocando em risco o apoio a agricultores e produtores florestais.
Confederações unidas
A Confederação das Cooperativas Agrícolas e do Crédito Agrícola (Confagri), por sua vez, já havia manifestado desapontamento pelo parlamento ter inviabilizado as propostas levadas a votação, a 18 de Julho, sobre a reversão da decisão que oficializou o processo de transferência e partilha de atribuições das DRA para as CCDR.
Para Nuno Serra, secretário-geral da Confagri, “é para nós desapontante que em sede parlamentar alguns partidos não tenham correspondido às expectativas do sector agroalimentar ao não apoiarem a reversão de uma infeliz decisão tomada pelo anterior governo.”
A Confagri uniu-se com as restantes confederações agrícolas em defesa da reversão desta decisão, tendo enviado uma carta ao actual executivo chamando à atenção de que o compromisso em resolver esta matéria, assumido em momento de campanha eleitoral, ainda não tinha sido cumprido.
A CAP, por sua vez, defende em nota que “o reenquadramento das DRA na dependência hierárquica directa do Ministério da Agricultura e dos seus serviços não pode esperar”, e deve decorrer “sem demoras nem hesitações.”