Geração RAP

Por Carlos Sambu *

Reza a lenda que o RAP Guineense começou nos inícios dos anos 90 com um certo Refugiado de Sara-Leoa, do nome “Carlos”, que nas periferias de Bissau já soltava líricas, até que um curioso chamado Lasoza Friboys, doravante Lasoza Friman, decidiu soltar as suas primeiras gravações do género, ainda segunda e a terceira safra dos músicos nacionais davam cartas nas paradas que, aliás, as músicas estrangeiras principalmente para público Jovem ou nas pistas da dança eram dominantes!

…contudo, este artigo não visa contar a história do RAP Guineense, mas sim de forma simplória fazer elucidar quando mesmo que a dita música Amaricanizada deixou de ser tachada como a música da perdição ou dos “delinquentes” dos bairros e becos de Bissau! Aliás, o estilo popularizou-se, com tendência “Dreat”, para ser mais preciso é típico de pessoas como dos Gangues, mas era mais como uma iniciação para mundo juvenil, não propriamente ou em grande parte uma quadrilha dos fora-da-lei.

Na verdade, explodiu-se no final dos anos 90 com MVD-Positivo (Masta Gaus, MC Mário etc) depois de ganhar forma crítica à política vigente e se confirmou nas paradas já no novo milénio com intemporal FBMJP-Sakala (na foto), aqui com nome tipicamente Guineense e virada exclusivamente à crítica social e política! Depois vem muitos outros grupos, Cientistas Realistas, Torres Gémeos, Raça Preto de BM, Real Power, só para citar. Porém, curiosamente há um que atuava como mini dos FMBMJP, os BALOBEROS, porém, dois dos seus elementos acabaram por ser expoentes máximos dessa grande geração! Se fosse futebol podia-se dizer que As One é Klash vingaram…

O que era a música pecaminosa se tornou 20 anos depois o dominador da parada e o alicerça da força do entretenimento no País, com uma nova geração que já deixaram antiga forma da crítica social para se abalar em “amor e do beaf”. A propósito modéstia não existe no RAP, é um mundo em que, dizer ser melhor que colega da profissão é algo normal e isto tem impulsionado a rivalidade e interesse no estilo e já se atreve a lotar estádios, caso da contenda entre Lil As e Pensador, onde pontifica também Boina Vermelho, Flavnais, Poeta G, Polícia e tantos outros bons da segunda geração do RAP, que empurraram a música tradicional Guineense e astros da música Guineense para eventos oficias e concertos nos Barzinhos (desculpe o termo) e eles arrastam 40 a 50 mil para estádios! Quem diria?

About the Author

Carlos Sambu
* Carlos Sambu é licenciado em Direito pela Universidade Lusófona de Lisboa, activista da juventude e membro fundador do movimento "Estamos a Trabalhar".

1 Comment on "Geração RAP"

  1. Orgulho de ti ?

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