A audição pública de trabalhadores estrangeiros residentes em Portugal, realizada pela CDU do Porto, identificou as primeiras questões dos imigrantes, desde a entrada em funções da nova Agência para a Integração, Migrações e Asilo (AIMA), que substituiu o Serviço de Estrangeiros e Fronteiras nas respostas administrativas.
As principais dificuldades levantadas denunciam os entraves para o reagrupamento familiar, mesmo para quem já se encontra regularizado e a viver em Portugal. Com uma escuta atenta aos testemunhos, os parlamentares da CDU Alfredo Maia e João Pimenta Lopes, na AR e ao parlamento europeu, comprometeram-se com estas e outras questões incómodas.
Por seu lado, a atenção ao reagrupamento familiar foi já assumida pelo presidente da AIMA, Luís Goes Pinheiro, a par com o estudo de medidas para facilitar o acesso à habitação, durante evento para as lideranças das associações de imigrantes, promovido pela Secção de Migrações do PS do Porto.
“Finalmente, o poder público parece se ter apercebido que o reagrupamento familiar é a melhor forma de regularizar diversos cidadãos activos, e ao mesmo tempo integrá-los na economia e na cultura”, afirma Manuel Solla, da Comissão Nacional para a Legalização de Imigrantes.
Indícios de corrupção
Atendendo ao próximo ciclo político em Portugal (eleições legislativas e Parlamento Europeu), os representantes da CDU ouviram ainda denúncias de diversos imigrantes de origem nos PALOPS, onde os agendamentos para atendimento nos consulados e embaixadas portugueses chegam a custar 500 euros.
Sobre a participação cívica dos imigrantes, a comunidade brasileira se sobressaiu, ao identificar um luso-brasileiro, gestor de projectos e dinamizador cultural, dentre os candidatos da CDU para o círculo eleitoral do Porto. Também as comunidades marroquina e senegalesa têm já uma notável participação política à Norte de Portugal.
Durante o evento, no passado dia 19, diversos imigrantes de diferentes nacionalidades expuseram os problemas que enfrentam, desde trabalho, saúde, habitação, preconceito, casos de xenofobia, para além das dificuldades que afectam também os nacionais (rendas altas, falta de médicos de família, baixos salários etc).