
Marcelo de Andrade *
Espero que Emma Stone não vença o óscar de melhor actriz. É um galardão que não lhe está à altura. Deste, ela não precisa.
“Poor Things” (Pobres Criaturas, 2023) é um filme que cumpriu as minhas expectativas. Argumento bizarro, estética deliciosamente steampunk (luv it!), actores norte-americanos a falar um inglês britânico “RP”, uma Lisboa às cores, imagina!, enfim, trata-se de uma distopia acessível.

Por vezes mesmo rasa, à Frankenstein pseudo-político. Mas ok, o público deste nosso tempo não tem estofo para mais densidade. Na nossa vidinha real temos o fascismo e a guerra a bater-nos à porta. Mas ides assistir “Poor Things”, que leva ao grande ecrán o premiado romance de Alasdair Gray. Mas façam numa sala de cinema propriamente dita, nada de streamings.
Ao menos este filme atingiu outra das minhas expectativas: já não preciso assistir a nenhum dos outros nomeados ao tal prémio maior da indústria norte-americana. Nem perdão a cientistas de guerra nem emancipação de bonecas. A personagem da Emma Stone consegue este logro de forma mais convincente.
Ah, e não foi premeditado ter assistido esta “película” digital no dia dedicado à luta das mulheres. Mas foi um grato regalo.
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