“É mais fácil destruir uma democracia do que construí-la. Os demagogos exploram mecanismos regulatórios, descontentamento generalizado e ressentimento para devastá-lo. Numa era em que os boletins de voto são usados tão eficazmente quanto as balas para minar as instituições democráticas, torna-se urgente perguntar como neutralizar os danos.” J. Keane
“Para além das suas deficiências, o cooperativismo mostra o caminho a seguir porque nos mostra um método democrático superador, ou seja, não é apenas desejável, mas é possível avançar na construção de uma democracia política participativa para o bem da Argentina.”
Por José Yorg, o cooperário *
Avançamos com a nossa profunda convicção de que o cooperativismo político está em perfeitas condições para dar – com o seu maior esforço e talento – a contribuição essencial tendente à construir uma nova democracia.
A democracia representativa, tal como a conhecemos actualmente e, sobretudo, tal como dela sofremos, tem ganhado com folga a alcunha de “meramente formal”, por muitas razões, pelo que, a nosso ver, deve ser superada e, em virtude isto, a construção de uma democracia participativa constitui uma bandeira emancipatória.

Vários artigos se dedicam a nos esclarecer sobre esse tema descritivo da verdadeira patologia política da qual a democracia representativa sofre. Em nossa apresentação, analisamos à luz do trabalho da professora Zlata Drnas de Clément em sua obra “Novas formas de representação democrática: Igualdade política?”
Diz-nos que “J. Keane lembra que a síntese de democracia e representação deveria ter servido à causa da Democracia, aumentando sua eficácia e legitimidade.”
“Por outro lado, estamos atualmente vendo distorções crescentes à medida que os representantes tomam o lugar do governo democrático, enquanto as instituições básicas da democracia (eleições, partidos, parlamentos) estão em crise de legitimidade.”
“Essas falhas da democracia geram nos cidadãos sentimentos conhecidos como ressentimento (que Friedrich Nietzsche definiu como um sentimento de hostilidade invejosa em relação ao que é percebido como a fonte das próprias frustrações).”
J. Keane
Acreditamos que este é o momento de começar a falar sobre o sistema democrático participativo do Cooperativismo.
A participação, como método de cultura e procedimento na relação que se estabelece na vida institucional das cooperativas, encontra-se formulada em termos de princípios: Adesão voluntária e aberta; Gestão democrática pelos associados; Participação económica dos membros; Autonomia e independência; Educação, treinamento e informação; Cooperação entre cooperativas; Interesse na comunidade.
Somado a isso, as cooperativas destinam excedentes distribuíveis aos associados e para o desenvolvimento da organização, bem como reservas, educação e treinamento dos associados, e outros propósitos aprovados pelos associados. A democracia participativa é evidente em todos e em cada um desses processos.
Não evitaremos o fato — repetidamente confirmado — de que há muitos exemplos de não conformidade ou desvio desses princípios orientadores nas cooperativas, e é perfeitamente verificável que essas más condutas nas cooperativas acabaram resultando em ruína, a um preço muito alto.
Na esfera pública da democracia representativa, Zlata Drnas de Clément nos diz:
“As principais críticas têm sido devidas à distância entre as instituições e a real vontade popular, à distorção da compreensão das situações por parte das pessoas, à vontade cada vez mais fraca de participação e interesse em intervir nos assuntos públicos, à corrupção, ao enriquecimento ilícito, à facilitação da plutocracia , incompetência dos servidores públicos, impunidade, etc.”
As cooperativas não ficaram imunes a esses males, atuando em ambientes que resultam no fenómeno atitudinal de gestores personalistas, autoritários, excludentes, presos a uma cadeira, etc.
“A construção de uma democracia participativa constitui uma bandeira emancipatória.”
José Yorg.
Neste ponto, a autora que aqui seguimos nos diz em sua obra que Hanna Pitkin, em obra intitulada “Representação e Democracia: uma aliança incómoda”, considera que “o governo representativo se tornou uma nova forma de oligarquia, com as pessoas comuns excluídas da vida pública.”
E segue: ”Dieterich Steffan nos lembra que, embora todos os ramos do poder estatal emanem directa ou indirectamente da soberania popular (poderes legítimos), isso nada tem a ver com a realidade, pois os parlamentares e os governantes em geral não representam aqueles que lhes deram o mandato, mas sim os substitui.”
“Além disso, os acusa de servir a dois senhores: as elites e seus interesses pessoais. Isto traz à tona as dúvidas levantadas por Bentham a Montesquieu sobre como a divisão de poderes pode garantir a liberdade, se os três poderes são controlados por um único grupo social. Por isso, considera-se que o princípio constitucional da repartição de poderes deve ser complementado com o princípio sociológico do equilíbrio das forças sociais, ou seja, cada um dos poderes (legislativo, executivo e judiciário) deve representar diferentes estratos e classes da sociedade. Ela defende a democracia participativa em vez da democracia representativa como uma nova qualidade de coexistência pacífica dos cidadãos.”
É neste quadro que surge a importância que, a nosso ver, atribuímos à democracia participativa cooperativa, fundamental por ser relevante, pois constitui um exemplo – para além das suas deficiências – da direcção em que se deve avançar, porque demonstra-nos um método democrático superador, ou seja, não é apenas desejável, mas é possível avançar na construção de uma democracia política participativa para o bem da Argentina.
Em fraternidade, um abraço cooperativo!
Indudablemente. EL socio que es una parte fundamental en las cooperativas. No toman su real imoortancia y se comportan como meros clientes. Es aquí que los comités de educación deben estar conformado por verdaderos profesionales para preparar, capacitar a sus socios y que amen a sus cooperativas y que no voten por miembros que no han sido pasado por un filtro y no lamentarse por las malas acciones de los organos de gobierno. Para ingresar y olvidarse de los principios y valores. Y realizar malos manejos en las cooperativas. Y por ende llevarlas al fracaso. Siendo los perjudicados los mismos socios. Y después no se lamenten. Es hora de despertar y no dejarse engañar.