coloca se hoje, perante todos, o desafio de entender a situação em que as entidades de Economia Social se encontram, e como consequência, a que devem elas porfiar, para manter a sua atualidade e sobretudo a sua cultura interna.
Numa sociedade cada vez mais afastada da sua matriz humana, em que o individualismo se insinua e prossegue o seu caminho, fazer parte e trabalhar nestas entidades, torna se cada vez mais uma miragem e um exercício de imaginação.
Não temos e devemos temer desafios, pois eles são antes de mais oportunidades, de progredir e fazer mais, mas isso hoje torna-se complicado sobretudo a duas grandes áreas:
- A ocupação territorial destas entidades choca de frente com o despovoamento geracional e populacional, que em muitas situações é já hoje próximo de um zero demográfico;
- A falta de cultura e capacidade de pensamento autónomo e de reflexão sobre o futuro, porque muitas vezes corpos sociais e trabalhadores se confundem na mesma pessoa, e conduz a que estejamos sempre a lutar contra o prejuízo.
Se somarmos a isso o trabalho assistencial em zonas de ausência de outras oportunidades, com baixos salários e qualificações, não augura bom futuro a estas entidades na próxima década.
Os dados da conta satélite refletem esta dinâmica de contornos imprevisíveis e sobretudo o caminho de se perder o rico património destas entidades.
Elas, antes de mais, refletem a vontade criadora das suas populações, não se reduzem só ao assistencialismo, mas são muitas vezes o garante da música, do teatro, da cultura, e da intervenção cívica nas vilas e aldeias deste Portugal.
Os povoadores dos sonhos e da verdadeira dinâmica social,
feita por pessoas para pessoas
Este é o desafio fulcral. Inventariar, proteger e acudir com cidadania, em vez de nos focarmos nos serviços a prestar, pode ser uma das vias de saída deste ocaso.
Nadas e criadas por impulso primeiro, o de resolver problemas e criar soluções, devemos focar nesta dinâmica para prosseguir o caminho da recuperação de energias e sobretudo de estados de alma.
Que como bem diz o povo são os povoadores dos sonhos e da verdadeira dinâmica social, feita por pessoas para pessoas.
Nada esta perdido e eu acredito que está ainda presente o planalto da recuperação. Só depende de nós, como sempre do Ser Humano.
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