A Copa-Cogeca, união de duas organizações agrícolas e cooperativas europeias, alertou para a necessidade de ação urgente pela Comissão Europeia, uma vez que a produção estimada de cereais é de apenas 256 milhões de toneladas na União Europeia (UE). Segundo a associação, em nota, é possivelmente a pior colheita desde 2007 e está 10% abaixo da média dos últimos cinco anos.
Em Maio, as estimativas da Copa-Cogeca apontaram para uma produção europeia estável em comparação aos restantes anos, apesar de países como a Espanha, Portugal e o norte de Itália verificarem perdas de até 50%. Mesmo assim, a melhoria das condições meteorológicas na Europa do Norte e Oriental permitiam essa estimativa na altura.
Agora, com as secas que atingiram toda a Europa em Maio e Junho, espera-se redução de até 60% (quando comparado a 2022) em Espanha, Portugal ou Itália. Além disso, por toda a UE esperam-se quebras na produção, com menos 20% na Roménia, 30% na Finlândia, 14% na Polónia e 35% na Lituânia, quando comparado com a estimativa de Maio.
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A Copa-Cogeca nota que, para as oleaginosas e proteaginosas, a produção esperada permanece estável (32 e 3,8 milhões de toneladas, respectivamente), mas o impacto climático na qualidade pode reduzir seriamente a rentabilidade.
Outro pormenor levantado pela organização é que o preço futuro dos cereais permanece baixo (219 euros por tonelada de trigo e 407 euros por tonelada de colza). Combinado com a inflação, os preços de energia, e os fertilizantes utilizados na colheita de 2023 terem sido comprados em 2022 quando os preços estavam em alta, a Copa-Cogeca alerta que é insustentável economicamente para a maioria dos agricultores.
Dessa maneira, apela a que a Comissão Europeia flexibilize a implementação da PAC este ano e pede derrogações para o próximo ano, assim como o prolongamento da suspensão das taxas de importações no amónio e na ureia e a sua extensão a outros fertilizantes minerais.
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