Por Raquel Azevedo *
O Festival de Cannes 2025, em sua 78ª edição, decorreu de 13 a 24 de maio, destacando-se como um dos eventos cinematográficos mais prestigiados do mundo. Sob a presidência da atriz francesa Juliette Binoche, o júri premiou obras que exploraram temas contemporâneos com profundidade e inovação.

O cineasta iraniano Jafar Panahi conquistou a Palma de Ouro com “Un Simple Accident”, marcando seu retorno ao festival após 15 anos de impedimento por restrições em seu país. O filme aborda questões de liberdade e identidade, ressoando com o contexto político do Irão.
O Grande Prémio do Júri foi atribuído a “Sentimental Value”, do norueguês Joachim Trier, enquanto o Prémio do Júri foi compartilhado entre “Sirât”, de Oliver Laxe, e “Sound of Falling”, de Mascha Schilinski. Sirât narra a jornada de um pai e seu filho em busca de uma filha desaparecida durante uma rave no Marrocos.
Nadia Melliti foi reconhecida como Melhor Atriz por seu papel em “La Petite Dernière”, de Hafsia Herzi. O Prémio de Melhor Argumento foi concedido aos irmãos Dardenne por “Jeunes Mères”, que aborda a vida de jovens mães em um centro de apoio. A Palma de Ouro de Curta-Metragem foi para “I’m Glad You’re Dead Now”, de Tawfeek Barhom, e a Câmara de Ouro, destinada à melhor primeira obra, foi atribuída a “The President’s Cake”, de Hasan Hadi.

O Brasil teve destaque com “O Agente Secreto”, de Kleber Mendonça Filho, que recebeu o Prémio de Melhor Realizador. O ator Wagner Moura foi laureado com o Prémio de Melhor Ator por sua atuação no mesmo filme, que retrata o período da ditadura militar brasileira.
Duas Palmas de Ouro Honorárias foram entregues: uma ao ator Robert De Niro, na cerimônia de abertura, e outra a Denzel Washington, antes da exibição de “Highest 2 Lowest”, dirigido por Spike Lee. O festival teve início com a comédia francesa “Leave One Day”, de Amélie Bonnin.
O festival enfrentou um contratempo no dia de encerramento, 24 de maio, quando uma queda de energia, causada por incêndios criminosos, afetou a programação. Apesar disso, o evento concluiu-se com sucesso, reafirmando seu papel central na celebração do cinema mundial.
O Festival de Cannes 2025 destacou-se pela diversidade de narrativas e pela valorização de obras que dialogam com questões sociais e políticas contemporâneas, consolidando-se como um espaço vital para o cinema autoral e inovador.
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