Seguimos com a série de artigos “Abordagens cooperativas: Hoje”, da autoria do pensador cooperativo José Yorg, desde a realidade argentina. Nesta breve abordagem (contextualizada com a entrada do ano de 2022, ainda antes do paradigma “Milei”), podemos analisar o seu prisma sobre o Cooperativismo na América Latina, e considerar o que pode ser útil à nossa realidade europeia. Compreender o passado, construir o futuro.
“O velho mundo está morrendo. O novo demora um pouco para aparecer. E nesse claro-escuro surgem monstros.”
Antonio Gramsci
“As cooperativas são um gigante adormecido.”
Carlos Iannizzotto (Coninagro)
Por José Yorg, o cooperário *
A ausência de um debate sério sobre estas questões fundamentais torna esta questão pendente. Com base nos nossos critérios, confiamos que o desafio será mais do que suprir essa ausência.
Agora, quais são os debates pendentes do cooperativismo latino-americano em tempos de capitalismo financeiro e enervados pela pandemia? A construção do poder político. Porque? Para que?
Tenho a mais firme convicção de que se compreenderá facilmente porque defendo a construção do poder político do cooperativismo, visando contribuir para a concretização da autêntica democracia participativa, da democracia económica, da democracia social e política, mas também, constituindo um poder que equilibre o poder dos grandes monopólios, como propôs certa vez Juan Domingo Perón na Argentina.
E assim, se o cooperativismo é um gigante adormecido, como alude Iannizzotto, presidente da Confederação Intercooperativa Agropecuária Limitada (Coninagro), presumo que concordamos todos com essa definição, nós os que amamos o cooperativismo.
Para acordá-lo, na realidade, é este o cerne dos debates pendentes do cooperativismo latino-americano, ou seja, como construir o poder político, é assim que vamos acordar o gigante cooperativo, carago!
(Imagem: Gigante Adamastor, azulejo de Jorge Colaço, no Centro Cultural Rodrigues de Faria)
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