Cooperativismo Industrial para a América Latina

Muitos meios de comunicação social argentinos e internacionais, como este Diário 560, e de Buenos Aires o portal Argentina en Red, para além de inúmeros outros websites, incluindo em Formosa, reconhecem e apreciam as contribuições de José Yorg para a elevação educacional e cultural, fruto de sua produção intelectual a partir de sua actuação académica, política e cooperativista. Neste artigo, aprofundamos algumas das suas reflexões sobre o “Cooperativismo Industrial” para a América Latina.

O educador social José Yorg manifestou interesse em dar a conhecer as suas reflexões e análises sobre um tema pouco ou nada abordado em Formosa, que é “a urgência do sector rural, atrasado ou tradicional, iniciar um processo rumo a um modelo cooperativo industrial”.

“Alude-se demasiadas vezes que o gargalo da modernização do campo é a pouca ou nenhuma possibilidade de crédito, no entanto, estudos e experiências sérias negam isso, o principal obstáculo é a resistência à mudança dos pequenos produtores”, inicia Yorg.

O educador afirma que falar sobre a transformação do modelo tradicional de produção camponesa significa abordar uma realidade concreta: “a impossibilidade de continuar com esta forma atrasada de trabalho rural face às políticas públicas nacionais neoliberais que praticamente os estrangulam no limite da pobreza”.

José Yorg, educador social e cooperativista.

A melhor estratégia: Esforço próprio e ajuda mútua
“A falta de uma organização política sectorial é sentida por não se propor uma transformação industrial cooperativa com a melhor estratégia: esforço próprio e ajuda mútua, capazes de neutralizar as mudanças de cenários e as condições negativas que são impostas”, ilustrou.

Yorg acrescenta que existem muitas organizações internacionais dispostas a apoiar estas transformações produtivas, que permitem “avançar para um modelo industrial, porque isso levaria a um aumento notável da quantidade e qualidade produtiva, dos rendimentos económicos e financeiros com certa estabilidade, pois representam um passo em frente na abordagem do desenvolvimento agrário”.

Alicia Bárcena, CEPAL-ONU.

CEPAL favorável
José Yorg recorda que já desde 2021, no âmbito da Conferência Regional de Cooperativas das Américas, a então secretária executiva da Comissão Económica para a América Latina e o Caribe (CEPAL) das Nações Unidas (ONU), Alicia Bárcena, apelava ao fortalecimento das políticas públicas voltadas às cooperativas e a promoção de outras organizações da Economia Social, e empreender acções que possam contribuir de forma mais decisiva para a construção de um novo modelo de desenvolvimento, caracterizado pela igualdade, sustentabilidade e democracia.

Produzir alimentos para humanos
Por outro lado, segundo a revista online de economia “Visión Desarrollista” (um think-tank argentino inspirado nas ideias de homens como Arturo Frondizi e Rogelio Frigerio), o Estado “pode assumir um papel activo na promoção da agroindústria”. Yorg acrescenta que deve ser promovida, e principalmente, a produção de alimentos saudáveis ​​para o homem, porque, e ainda segundo um editorial da Visión Desarrollista:

“A primeira coisa é esclarecer uma confusão comum. Uma ideia generalizada é que a Argentina produz «alimentos para 400 milhões de pessoas». É um mito: o país produz alimentos para animais, não para humanos. Exporta cereais e oleaginosas de baixo valor agregado que são utilizados nos países de destino para a produção de proteína animal e é aí que se faz a agregação de valor. 63% do milho é exportado em grão e 60% da soja em farinha, segundo dados do INDEC.”

José Yorg escreve regularmente para este Diário 560.

About the Author

Jose Yorg
José Yorg é educador e docente técnico em Cooperativismo, membro da Rede de Investigadores Latinoamericanos de Economia Social e Solidária (RILESS), que envolve universidades da Argentina, Brasil, Equador e México. Este argentino nascido em Assunción (Paraguay) desenvolve actividades na Tecnicoop, na província de Formosa, onde é também perito judicial técnico em Cooperativismo no Superior Tribunal de Justiça.

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