Artesanato de cooperativa de São Tomé e Príncipe brilha em Vila do Conde

A Cooperativa de Valorização dos Resíduos (CVR) de São Tomé e Príncipe esteve em evidência na abertura da Feira Nacional de Artesanato de Vila do Conde.

Com a presença da ministra saotomense Eurídice Medeiros, da tutela da Juventude e do Empreendedorismo, na abertura do evento, o arquipélago lusófono foi o país convidado desta edição. A feira prossegue até 4 de Agosto, com cerca de 150 expositores artesãos.

Hermínia Gomes, à frente do stand da CVR no espaço dos convidados no certame, encheu-se de orgulho ao apresentar à governante (na foto), mas sobretudo aos visitantes, as peças de artesanato feitas à partir da reciclagem de vidro da cooperativa.

Oficina de produção da CVR. Imagens Fundação Príncipe.

A trabalhar desde 2016, a Cooperativa gera rendimento através da valorização dos resíduos. Numa parceria com a Reserva da Biosfera de Songor, no Gana, o grupo trabalha no processamento de garrafas de vidro em jóias e, numa parceria com o Governo Regional, a valorização dos resíduos orgânicos da Ilha do Príncipe em composto.

“Somos dez mulheres cooperadas, porque os homens aqui não têm lugar”, desdenha Hermínia, numa provocação ao colega artesão do stand ao lado, também ele do Príncipe. E de facto é muito trabalho. Após a colecta e selecção, o vidro triturado em moldes passa por um forno artesanal, mas que atinge temperaturas acima dos 1.000 graus. O resultado são peças que encantam os turistas.

Com o apoio da Fundação Príncipe, diversos artesãos tiveram acesso à formação técnica nas suas actividades. No caso da Cooperativa CVR, as mulheres foram todas ao Gana, e posteriormente tiveram também formação em transformação de resíduos orgânicos em composto, pelo Governo Regional.

Forno de produção.

Na verdade, as mulheres são a maioria nesta actividade, que gira em torno do Centro de Artesanato da Praia das Burras, onde são expostas também a produção de brincos, colares, bolsas e outros produtos feitos com escama de peixe e casca de coco, e ainda sabão artesanal na comunidade da Praia Abade, por exemplo.

Hermínia Gomes afirma que a ministra “já conhece o nosso trabalho”, até porque são já um ponto de interesse turístico aos visitantes, conquistaram também alguns galardões, tiveram suas jóias em evidência no Moda Lisboa e revista Vogue, e têm mesmo uma montra numa loja online.

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Marcelo de Andrade
Editor do Diário 560. Jornalista e Fotojornalista há 35 anos.