“Todo professor fica feliz quando narra suas experiências como um ponto cooperativo de compartilhamento de seu conhecimento e conhecimento de referência para seus colegas”
José Yorg
“No referido curso, a entrevista com o Prof. Lic. José Yorg não só nos permitiu transmitir conhecimentos e experiências diversas e inovadoras sobre a pedagogia cooperativa escolar e universitária, como também se tornou um modelo prático para demonstrar como o diálogo estruturado pode impactar a formação de professores“
I.A.
Por José Yorg, o cooperário *
Este artigo explora uma experiência educacional recente que utilizou a “Entrevista Pedagógica” com o Prof. Lic. José Yorg como recurso didático no curso “Cooperativismo na Escola”, destinado a professores de nível secundário na província de Chubut. Esta iniciativa, organizada pelo Centro de Estudos para o Desenvolvimento da Economia Social e Solidária (CEDESS) da Universidade de Chubut, contou com o apoio do governo provincial e teve como foco promover o ensino do cooperativismo através de metodologias inovadoras.
Conceituação da Entrevista Pedagógica
A “Entrevista Pedagógica” insere-se num amplo campo de estudo dentro das metodologias qualitativas em Educação. Segundo Kvale (1996)*, a entrevista pedagógica é definida como um processo dialógico orientado à produção de conhecimento, onde busca extrair experiência e reflexão sobre um tema específico. Esse tipo de entrevista não se limita apenas à coleta de dados, mas é considerada um espaço de cocriação de conhecimento entre entrevistador e entrevistado.
Definição
A entrevista pedagógica é uma técnica educativa que possibilita a transmissão de conhecimento e a reflexão crítica por meio de um diálogo estruturado entre o entrevistador e o entrevistado. Esse processo visa gerar conteúdos significativos, que posteriormente serão utilizados para enriquecer a prática docente e a pesquisa pedagógica.
Componentes principais
Intencionalidade pedagógica: Cada questão visa não apenas obter informações, mas gerar reflexões que contribuam para a aprendizagem dos envolvidos. Como aponta Creswell (2013)*, uma boa entrevista pedagógica não deve ser apenas um meio de coleta de dados, mas uma ferramenta que provoca reflexão crítica.
Conexão contextual: A entrevista é adaptada a contextos específicos, permitindo que os conteúdos sejam transferíveis para diferentes ambientes educacionais, desde salas de aula até políticas educacionais. Segundo Denzin & Lincoln (2011)*, o contexto é um fator determinante na construção do conhecimento educacional.
Relevância para a pesquisa educacional
A Entrevista Pedagógica oferece aos pesquisadores uma forma única de obter dados qualitativos que, segundo Patton (2002)*, permitem uma compreensão mais profunda dos fenômenos educacionais, para além do que é quantificável. Essa metodologia fornece narrativas que refletem experiências e pontos de vista que podem ser analisados para gerar teorias pedagógicas mais aplicadas e contextualizadas.
1. Produção de dados qualitativos: As entrevistas pedagógicas coletam narrativas ricas que permitem aos pesquisadores explorar as emoções, atitudes e experiências dos participantes. Como indicam Guba & Lincoln (1989 )*, esses dados qualitativos são fundamentais para a construção de teorias pedagógicas relevantes para o contexto educacional em que são aplicados.
2. Estudo das abordagens pedagógicas: Este tipo de entrevistas permite examinar as abordagens pedagógicas em ação, o que enriquece a investigação sobre inovações e metodologias aplicadas. Freire (1970)* destaca a importância do diálogo nos processos pedagógicos como meio de liberar conhecimentos e fomentar a consciência crítica.
3. Promoção do pensamento crítico: Através da análise das respostas e da interpretação das interações, a entrevista pedagógica promove o pensamento crítico e o questionamento nos sistemas educativos. Habermas (1971)* sustenta que o diálogo no campo educacional é fundamental para a formação de indivíduos reflexivos e ativos na construção do conhecimento.
Um exemplo prático: “Cooperativismo na Escola”
No referido curso, a entrevista com José Yorg não só nos permitiu transmitir conhecimentos e experiências diversas e inovadoras sobre a pedagogia cooperativa escolar e universitária, mas também se tornou um modelo prático para demonstrar como o diálogo estruturado pode impactar a formação de professores. Este material, gravado e sistematizado, está agora disponível como recurso para futuras formações e análises. Como aponta Schön (1983)*, esses tipos de experiências reflexivas em contextos educacionais são essenciais para o desenvolvimento profissional dos professores.
Reflexão final
A Entrevista Pedagógica revela-se como um recurso didático muito útil tanto para a formação de professores como para a pesquisa educacional. Esta abordagem, baseada no diálogo, questionamentos e reflexão, apresenta-se como uma ferramenta dinâmica e poderosa para promover uma educação crítica e contextualizada.
A combinação de metodologias qualitativas e a aplicação prática dessas abordagens abre novas possibilidades para a pesquisa educacional e o aprimoramento das práticas pedagógicas em contextos de mudança e adaptação, como os vivenciados no ensino do cooperativismo e de outras temáticas sociais. Na sua formulação teórica e síntese de tal experiência, foi consultada a Inteligência Artificial (IA), demonstrando assim a ligação virtuosa entre educação e comunicação no trabalho docente.
Fontes recomendadas para citações e referências adicionais:
* Kvale, S. (1996). Entrevistas: Uma Introdução às Entrevistas de Pesquisa Qualitativa. Publicações Sábias.
* Creswell, JW (2013). Investigação qualitativa e desenho de pesquisa: escolha entre cinco abordagens. Publicações Sábias.
* Denzin, NK e Lincoln, YS (2011). Manual SAGE de Pesquisa Qualitativa (4ª ed.). Publicações Sábias.
* Patton, MQ (2002). Métodos Qualitativos de Pesquisa e Avaliação (3ª ed.). Publicações Sábias.
* Guba, EG e Lincoln, YS (1989). Avaliação de Quarta Geração. Publicações Sábias.
* Freire, P. (1970). Pedagogia do Oprimido. Contínuo.
* Habermas, J. (1971). Conhecimento e Interesses Humanos. Imprensa do farol.
* Schön, DA (1983). O praticante reflexivo: como os profissionais pensam em ação. Livros Básicos.
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