Foi tornado público, no passado 4 de setembro, o relatório do Diálogo Estratégico sobre o Futuro da Agricultura da União Europeia, solicitado ainda no início do ano por Ursula Von der Leyen, agora reeleita presidente da Comissão Europeia [na foto com Peter Strohschneider, a representar o fórum que elaborou o documento].
O extenso dossiê surge em resposta aos recentes protestos dos agricultores um pouco por toda a Europa e é considerado “de extrema importância”, pois “caso se concretize em medidas positivas, irá ser determinante para mudar, para melhor, as políticas agrícolas europeias”, afirma Nuno Serra, secretário-geral da Confederação das Cooperativas Agrícolas e de Crédito Agrícola (Confagri).
O relatório elaborado pelo diálogo estratégico sobre o futuro da Agricultura na UE é dirigido à Comissão Europeia, ao Parlamento Europeu, aos Estados-Membros e às partes envolvidas. As suas recomendações serão tidas em conta pela Comissão para definir uma visão para o futuro da agricultura e do sector alimentar.
Para já, a Confagri “aplaude o facto da produção alimentar e das cooperativas agrícolas terem sido reconhecidas como estratégicas para o contexto político, económico, social e ambiental europeu”, segundo nota publicada ontem.
Para Nuno Serra, o documento responde a muitas das preocupações do mercado agrícola europeu, mas também dignifica o agricultor na cadeia de valor ao recomendar “o apoio e a promoção de associações cooperativas para reduzir os custos de produção, aumentar a eficiência energética e melhorar os preços praticados no mercado europeu.”
O representante cooperativo aponta agora para o governo português, para que possa “inspirar-se nesta iniciativa europeia para criar um mecanismo de reestruturação das cooperativas agrícolas para que estas possam continuar a apoiar e fomentar, como sempre, o desenvolvimento da agricultura portuguesa.”