A interrupção do fornecimento de energia elétrica no passado dia 28 de Abril causou prejuízos avultados no sector agroindustrial lácteo, cuja estimativa é ainda preliminar, mas deve ultrapassar os 3 milhões de euros, segundo estimativas da Federação Nacional das Cooperativas de Produtores de Leite (Fenalac).
Esses prejuízos referem-se a eliminação de matéria-prima não conforme e despesas com alugueres de contentores de refrigeração e trabalho extra de colaboradores. A entidade defende agora que é preciso “apurar responsabilidade e determinar compensações justas para os prejuízos sofridos pelos operadores”.
O presidente da Fenalac, Idalino Leão, defendeu em nota que “os prejuízos sofridos pela produção de leite devem merecer a atenção do Ministério da Agricultura, visando a redução do impacto do apagão na competitividade dos Produtores de leite nacionais”.
A falha de energia eléctrica impediu a descarga do leite nos estabelecimentos industriais, e as unidades de produção sofreram constrangimentos por via da impossibilidade de realizar ordenhas e de refrigerar convenientemente o leite.
Após o restabelecimento da energia elétrica, os efeitos prolongam-se devido à acumulação de matéria-prima não processada no período do apagão e nas horas seguintes, durante as quais foi necessário proceder à limpeza das linhas de produção industriais.
O sector caracteriza-se por uma produção ininterrupta, por um consumo intensivo e contínuo de energia e pela forte dependência de refrigeração, devido à perecibilidade do leite e dos produtos lácteos. Para além disso, envolve uma grande integração dos operadores, desde a produção até à distribuição.