A Confederação das Cooperativas Agrícolas e de Crédito Agrícola (Confagri) manifestou essa semana a sua discordância perante a recente proposta da Comissão Europeia para a Política Agrícola Comum (PAC) pós-2027, considerando que “se afigura como um atentado à agricultura europeia e um ataque directo aos seus agricultores.”
A Confagri considera que a proposta apresentada pela Comissão Europeia para as regras de financiamento da PAC para o período posterior a 2027 descaracteriza a PAC e a transforma num instrumento dependente do livre-arbítrio de cada Estado-membro, distorcendo o mercado e privilegiando os países com maior capacidade financeira.
Recorde-se que, na reunião do Conselho Europeu sobre Agricultura e Pescas, em maio, os ministros realizaram um debate sobre a comunicação intitulada «Visão para a agricultura e o sector alimentar», publicada pela Comissão Europeia em fevereiro de 2025. Os governantes concordaram que a simplificação das políticas agrícolas devem reforçam a investigação, a inovação e a digitalização como objectivos prioritários.
Em nota enviada à Comunicação Social, a Confagri avalia que a Comissão Europeia, ao sugerir um corte superior a 20% no orçamento – que incide, sobretudo, sobre o investimento – “demonstra que não tem uma visão estratégica para o sector agroalimentar e que decidiu, definitivamente, abandoná-lo.”
A instituição recorda que, desde 1962 a Política Agrícola Comum tem sido um pilar essencial no apoio ao rendimento dos agricultores e na garantia de um abastecimento estável de alimentos a preços acessíveis para os cidadãos europeus. No entanto, nos últimos anos, a Comissão Europeia tem vindo, gradualmente, a proceder à reversão destes princípios, comprometendo a competitividade do mundo rural e a soberania alimentar europeia.
Perante este cenário, a Confagri apela aos decisores políticos que defendam firmemente os interesses do sector agroalimentar nacional e europeu, sublinhando, ainda, que estará ao lado dos agricultores europeus neste momento de descontentamento por não se rever nesta visão da PAC e por não se contentar com a “clara falta de estratégia da Comissão Europeia para o sector agroalimentar.”
