Sporting Clube Vasco da Gama: há 102 anos a honrar a paixão pelo basquetebol

O Sporting Clube Vasco da Gama foi fundado a 20 de fevereiro de 1920, por um grupo de jovens operários, como forma de ocuparem os seus tempos livres com a prática desportiva. O que lhes faltava a nível de posses financeiras, compensavam com determinação. O nome do clube sofreu uma grande influência brasileira, tendo sido inspirado no “Clube de Regatas Vasco da Gama”, fundado em 1898, maioritariamente, por cidadãos portugueses.

Na casa número 7 da rua 6 do Bairro Herculano, no coração das Fontainhas, residiam os três irmãos Quintela: Aladino, Hernâni e o António. Esta morada ficou marcada como a primeira sede social do Sporting Clube Vasco da Gama.

Fotografia retirada do livro “Memórias”, com um excerto do hino do SC Vasco da Gama

Começou por ser um clube eclético, apresentando várias modalidades como o futebol, o pedestrianismo, o andebol de sete e de onze, a natação, o ténis de mesa, o boxe, o voleibol e o basquetebol. Rapidamente, em 1933, o clube restringiu a sua prática desportiva ao basquetebol. Esta mudança foi motivada pelo presidente Alves Teixeira, também conhecido como “presidente para sempre”. Naquela época, era já um grande defensor da regionalização, organizando digressões de basquetebol por todo o país. Em São João da Madeira, exerceu grande influência para implementar a modalidade em estabelecimentos de ensino como o Colégio Barão de Nova Sintra e a Oficina de São José.

Na década de 60, o basquetebol feminino ganha, também, presença na história do Vasco da Gama ao serem criadas equipas femininas que chegaram a disputar campeonatos regionais.

Fotografia retirada do livro “Memórias”, sobre uma peça jornalística feita pelo Jornal de Notícias sobre o clube.

Atualmente treinam atletas desde o baby basket ao basket sénior, em equipas masculinas e femininas. Os escalões dividem-se em: baby, mini-8, 10 e 12; sub- 14, 16, 18 e 23; sénior masculino e feminino. O presidente, Manuel Rodrigues, destaca que as inscrições estão abertas a qualquer pessoa, sendo apenas necessário vontade para ingressar no clube.

A partir de um determinado momento começou a ser insuportável que o clube pagasse todas as despesas inerentes à sua atividade, como as inscrições na federação portuguesa de basquetebol, as deslocações e as arbitragens, por exemplo. Por esse motivo, os atletas pagam uma quantia mensal, enquanto jogam na formação.

O presidente, Manuel Rodrigues, sobre os sócios do SC Vasco da Gama

Manuel Rodrigues, refere que ao longo dos anos foi-se acentuado uma grande diferença na origem dos jogadores do clube, que antigamente pertenciam na sua maioria ao centro histórico e que agora, chegam de outras localidades do distrito. “Atualmente, 90% ou até mais, dos atletas que jogam no Vasco da Gama já vêm de Gondomar, Matosinhos, Gaia…, daqui do centro histórico há meia dúzia”, acrescenta.

Anualmente, pelo fim de semana de Páscoa, organizam um torneio de mini-basket, em memória do ex-presidente Manuel Nunes. O torneio teve, em tempos, alcance internacional, mas neste momento realiza-se apenas a nível nacional. Conta com a presença de cerca de 300 crianças de vários locais do país. Desde 2020, ano em que surgiu a pandemia, encontra-se cancelado e sem previsão de retorno da atividade.

Alguns dos prémios ganhos pelo clube, nos vários escalões.

Contando já com mais de um século de história, o Vasco da Gama é um dos clubes que, ao longo dos anos, mais jogadores forneceu às Seleções Distritais e Nacionais. Celebrou, também, a conquista de ter cinco jogadores base da seleção nacional sénior como atletas do Vasco da Gama: José Dias Leite, Amadeu Machado, Abílio Serafim, César Nogueira Cardoso e António Nogueira Cardoso, mais conhecido como Pima.

Até aos dias de hoje, mantêm a qualidade de conseguir formar jogadores, em zonas específicas de campo, para outros clubes, onde os atletas atingem um maior nível de profissionalismo.

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Ines Soares
Aluna de Ciências da Comunicação na Universidade Fernando Pessoa.