Perfect Days, o filme
Raquel Azevedo *
O cinema, a sétima arte, como lhe chamam muitos. É um espaço de privilégio para mim, e certamente para muitos outros e outras.
Certo é que também é um espaço inacessível para muitos e muitas outras pessoas. Por diferentes e enumeradas razões, a verdade é que para alguns é caro e inacessível financeiramente. Para outros, o cinema tem esse impacto, ou porque simplesmente não gostam. Ou pela razão que ainda temos muita gente que nunca foi a um cinema.
Onde quero chegar com esta pequena introdução é ao verdadeiro impacto que o filme “Perfect Days”, de Wim Wenders, teve em mim.
O filme fala de um homem que vive satisfeito com os prazeres da leitura, da fotografia, da música. E que agradece cada detalhe da sua vida e que sabe encontrar sentido em cada um deles.
Esta película toca-me pessoalmente, porque acho que a forma como o realizador Wim Wenders a descreve e caracteriza ao longo da história, é belissima. Mas não só, a fotografia, a imagem, a banda sonora do filme está toda ligada e entreligada, a forma simples e sentida com que o ator principal a personifica.
Cada detalhe da película está bem colocado e devo dizer que até as cenas de humor estão bem conseguidas. Pois a personagem principal, Hirayama, é um homem calmo, que fala muito pouco. E é brilhante a forma como o realizador nos leva a viajar pelo espaço de vida desta personagem, que mora em Tóquio.
Muito mais poderia descrever, mas penso e acho que o melhor será que todos possam e tenham a oportunidade de ver este belo filme. Que nos leva a refletir sobre escolhas de percursos de vida que queremos e que temos. E a forma calma e satisfeita que muitas vezes podemos encontrar.
Do diretor, Wim Wenders, um nota de que não desilude de registos de outros filmes anteriores e bem conhecidos como “Paris, Texas”, ou “Asas do Desejo”.
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