Idalino Leão, presidente da Confederação Nacional das Cooperativas Agrícolas e do Crédito Agrícola (Confagri), desafiou os futuros Ministérios da Agricultura, Educação e Saúde a trabalharem em conjunto para trazer às novas gerações uma versão mais positiva e apelativa sobre o papel da produção agrícola nacional.
O líder do sector questionou os representantes dos partidos candidatos às próximas legislativas acerca de temas-chave, como a manutenção das actuais direções regionais de Agricultura, o envelhecimento geracional no sector, a equidade fiscal e dos preços de energia e combustíveis entre Portugal e Espanha, entre outras, durante a décima edição do Encontro Nacional de Técnicos da Confagri, que decorreu nos dias 1 e 2 de fevereiro, em Évora.
Um dos pontos altos do certame foi mesmo um debate, que contou com a presença de Pedro do Carmo (PS), Fermelinda Carvalho (PSD), Pedro Frazão (Chega), João Cotrim de Figueiredo (IL), João Frazão (PCP), Maria Helena Figueiredo (BE) e Nuno Vieira de Brito (CDS-PP)
Ainda temas como o maior apoio às organizações de produtores, a gestão da água e a necessidade de um plano de capacitação institucional das cooperativas, foram direcionados pelos técnicos e dirigentes aos candidatos às eleições de 10 de Março.
“Existe uma dívida imensa para com os agricultores que necessita de ser paga e que para a Confagri, um Ministério da Agricultura é também Alimentação, Desenvolvimento Rural e Florestas.”
Idalino Leão
Outro momento forte do encontro se deu quando Pedro Pires, técnico da Associação dos Produtores de Fumeiro da Terra Fria Barrosã, subiu a palco para dar voz a um manifesto escrito pelos mais de 500 técnicos, endereçado ao governo. Durante os debates, foi consensual a opinião de que a campanha de 2023 foi a pior que o sector já teve de ultrapassar.
O manifesto refere que existem batalhas estruturais que precisam de ser vencidas, como a carência de estratégia e visão por parte das entidades governativas nacionais para o sector; a falta de defesa dos agricultores e a quantidade absurda de taxas a que estes estão sujeitos; o desajustamento das políticas europeias ao nível nacional; a gestão da água e suas infraestruturas; o envelhecimento da população agrícola activa; e a falta de aposta na educação sobre o sector.