Durante uma conferência de imprensa, no âmbito do programa da Feira Internacional de Cabo Verde (FIC), o presidente da Câmara de Comércio de Sotavento, Jorge Spencer Lima, declarou-se “absolutamente” contra o aumento do IVA de 15 para 17%.
“O momento é inapropriado. Todos esses aumentos que nós temos estado a verificar, julgamos que devíamos encontrar outras soluções”, sustentou o representante do patronato do arquipélago, citado pel’A Semana.
O representante do sector privado na região Sul do país disse estar ciente de que o Estado tem de ser financiado para poder trabalhar, mas sublinhou que o Governo poderia aguentar um pouco mais, tanto no aumento do IVA como por exemplo nos preços da electricidade e outros bens básicos.
Também o presidente da Câmara de Barlavento, Jorge Pimenta Maurício, aproveitou para lançar um apelo à comunidade internacional e às organizações internacionais no sentido de flexibilizar as pressões sobre o Estado e aos partidos políticos para em sede do parlamento aprovar o aumento do tecto das dívidas.
“Nós deixamos este apelo a todas as organizações internacionais para também pensarem que o país não é só o Governo, não é só orçamento. O país tem gente, tem empresas, tem família, que precisam de alguma tolerância”, sustentou.
O governo, através da secretária de Estado do Fomento Empresarial, Adalgiza Vaz, exortou que o aumento dos impostos só deverão acontecer caso falhem as negociações com credores internacionais.
“Com um espaço orçamental não haverá a necessidade de nós recorrermos às soluções extremas para aumentar os impostos”, afirmou, por sua vez. O Governo anunciou recentemente que está a negociar com os credores bilaterais o alargamento das moratórias ao serviço da dívida pública para o ano de 2022.
Essa moratória, segundo o ministro das Finanças, Olavo Correia, poupava cinco milhões de contos ao Estado criando uma folga orçamental “muito importante” para o país.
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