Por Paulo Jorge Teixeira
Os incêndios são hoje um flagelo difícil de aceitar, mexendo com as bases do sentir de todos, ninguém fica indiferente a eles.
Consomem mato, floresta, património, memória de todos, e arrastam a paisagem para uma alteração substancial com consequências difíceis de entender.
O facto de hoje o despovoamento afetar os territórios em causa, coloca desafios novos que começam logo de início, no combate aos mesmos. Vemos hoje neste período crítico, colunas de carros de bombeiros a deslocarem-se pelo país, mostrando que o ataque é feito por gente que desconhece o território e sobretudo faz contenção e prevenção de bens materiais, deixando arder algo que é tão ou mais importante, que é a floresta.
Como os podemos combater
Julgo que o sector social e mormente as cooperativas podem e devem ter aqui um papel fulcral nos novos paradigmas a introduzir.
Os fogos deslocam-se e acontecem em territórios em que prevalece o minifúndio e parcelas deixadas ao abandono pelo fim da exploração agrícola dos mesmos.
O fim de um ordenamento das parcelas pode e deve ser combatido.
Fica aqui a ideia de se propor a criação de cooperativas em cada freguesia, sujeitas ao controle da entidade autárquica, em que os habitantes das terras se associem tornando-se cooperadores destas e deixando e entregando as suas terras para nelas se desenvolveram projetos a outro nível e dimensão.
Assim seria feito a recomposição do tamanho das áreas cultivadas, podendo-se introduzir a mecanização e sobretudo ter e obter rentabilidades mais conformes com as necessidades do mercado.
Ao mesmo tempo que se fazia isso teríamos a fixação de pessoas, que poderiam ter empregos mais estáveis e não deixam os territórios para irem a procura de oportunidades. Segundo ganho a fixação de população e criação de emprego estável.
Por fim as terras seriam limpas e mantidas sob proteção, dificultando a propagação dos fogos. Julgo que esta ideia simples, e que pode ser facilmente aproveitada e divulgada, poderia contribuir para a mudança do paradigma dos incêndios e de outras questões relevantes no mundo rural, mantendo o foco nas pessoas e nas suas vivências.
Be the first to comment on "Os incêndios e a solução cooperativa para os resolver"