Por Jose Yorg, o cooperário *
Além do mais, até os burros entendem isso!
O termo “burro”, desde a antiguidade na educação e na rua, implica “bruto”, porém, estes belos e úteis animais, conforme ilustrado pela Iniciativa Cidadã para o Controlo dos Sistemas de Inteligência (ICCSI Argentina):
“Os burros, também conhecidos como asnos ou jumentos, são parte fundamental da vida rural há séculos. Embora muitas vezes tenham sido associados à falta de inteligência e sejam considerados animais de carga, a realidade é que os burros possuem uma inteligência notável e uma série de habilidades que os tornam dignos de admiração”.
E acrescenta que “Apesar dos estereótipos que os consideram animais de baixa inteligência, os burros têm uma excelente memória e são capazes de recordar caminhos e trilhos que já percorreram. Isso os torna tutoriais confiáveis para humanos em áreas desconhecidas.”
“Além disso, os burros são animais pacíficos, sagazes e inteligentes. Embora possam parecer introvertidos, são amigáveis e cautelosos em seu comportamento. A sua natureza dócil e a sua capacidade de adaptação a diferentes situações tornam-nos animais muito especiais.”
ICCSI
Essa é a visão – reparadora, se assim quiser – que a educação cooperativa tem sobre os burros e é a partir daí que nós, professores cooperativos, falamos.
Destaco com eloquência – a meu ver – os benefícios educacionais, morais e organizacionais do cooperativismo, garantindo que a Argentina dos séculos XIX e XX se estruturou e se desenvolveu sob a proteção do movimento cooperativo e assim alcançou uma cultura produtiva incomparável, respondendo assim antes mesmo de se referir aos preparativos das comemorações do sábado 6 de Julho, Dia Internacional das Cooperativas [neste ano].
Portanto, não entender os benefícios do cooperativismo equivale a ser um idiota incorrigível, já que ontem e hoje o cooperativismo implica uma solução social, vejam o combate ao desemprego através do programa nacional de cooperativas de trabalho “Argentina Trabalha” em que milhares e milhares de pessoas encontraram dignidade e uma resposta económica às suas necessidades sentidas.
Para além das imperfeições e do desleixo que poderíamos apontar na implementação do programa “Argentinas Trabalha”, o conceito de aliviar o desemprego através destas nobres entidades transborda amplamente e continua a gerar soluções.
O mundo, e especialmente a Europa, clama por uma mudança profunda nas estruturas económicas e sociais, enfatizando a necessidade imperiosa de varrer literalmente a corrupção político-partidária, uma vez que as respostas à gigantesca crise tem implicado ajustes e repressão, medidas certamente aterrorizantes.
Mas vale a pena perguntar porque é que há uma persistência doentia com medidas económicas e financeiras que implicam um sofrimento dilacerante para a grande maioria, com aplicações que nada resolvem; uma e outra vez: São idiotas incorrigíveis!
Tudo nos leva a repetir continuamente que já escrevemos e publicamos graças à generosidade dos jornais, mas como professor sei da existência de alunos que demoram a aprender e por isso volto a salientar que:
Economistas de renome dão aqui a sua opinião de como a próxima crise económica será representada pela dívida pública, então é perfeitamente possível afirmar que a crise não será mais económica, mas será inteiramente financeira, ou seja, o último passo do desenvolvimento como sistema de capitalismo, que dessa forma entrará na sua fase mais degradante e furiosa.
A França, país de luz e liberdade, do Maio estudantil de 68, em que milhões de trabalhadores lutaram para receber o chamado Salaire Minimum Interprofessionnel Garanti (SMIG), o salário mínimo interprofissional, estão hoje portanto, excluídos da prosperidade.
Com efeito, os salários caíram e a ansiedade cresceu devido às condições de vida injustas a que foram obrigados e sobretudo porque a perspectiva de melhoria era negativa, tal como hoje em 2010 [quando este artigo foi originalmente publicado]. Os próprios Estados Unidos, o lugar geográfico, epicentro do capitalismo globalizado, onde a pobreza cresce a um ritmo alarmante.
Então… Dada a crise económica permanente, não será que necessitamos de outra organização de produção social?
O mundo que queremos tem a ver com uma vida mais plena, um mundo onde a harmonia com a natureza seja possível, um mundo onde o trabalho seja uma questão de arte e talento e não de castigo e submissão.
A ferramenta para construir esse mundo sonhado está em nossas mãos: Cooperação! E aqueles que não entendem isso são simplesmente idiotas incorrigíveis.
Em fraternidade, um abraço cooperativo!
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