Mobilidade académica na Saúde entre países da CPLP é discutida em Cabo Verde

A mobilidade académica entre países lusófonos esteve em discussão, com Cabo Verde, Portugal e Brasil entre os mais avançados na área da Saúde. Dentre os menos desenvolvidos, encontra-se Moçambique e Timor-Leste, disse o presidente da Rede Académica das Ciências da Saúde da Lusofonia (RACS).

A 5.ª Reunião Internacional da RACS decorreu de 3 a 5 de Maio em São Vicente (Cabo Verde), na qual foram abordadas as diferentes realidades dos países lusófonos nesta área. O objectivo do evento é mesmo discutir o intercâmbio e o desenvolvimento da cooperação no âmbito do ensino, da investigação e da inovação em ciências da saúde.

O presidente da RACS e também presidente do Instituto Politécnico de Coimbra, Jorge Conde, afirmou que a meta de o ensino superior das ciências da saúde praticado nos países lusófonos ser reconhecido em todos eles ainda não é uma realidade.

Em declarações à Lusa, esclareceu que “estamos muito habituados a trabalhar em padrões europeus, e quando misturamos brasileiros, timorenses e africanos as coisas mudam de contexto”.

O principal propósito da RACS é conseguir que os alunos que são formados nas instituições da CPLP “possam circular livremente” nas Instituições de Ensino Superior (IES) lusófonos. Há profissões que só existem em alguns dos Estados e com padrões de ensino diferentes.

Avanços e obstáculos

As maiores dificuldades verifica-se em Timor-Leste, que se encontra num estágio de desenvolvimento diferente dos outros países, e também porque apenas conta com um associado recente da RACS. Moçambique também enfrenta dificuldades, porque grande parte dos profissionais de Saúde não frequentaram o ensino superior.

Nesta reunião internacional realizaram-se sete conferências, com a intervenção de especialistas de IES de Angola, Brasil, Cabo Verde, Moçambique, Portugal e Timor-Leste, que estiveram presentes na Universidade do Mindelo, em Cabo Verde.

Na abertura, o presidente da República José Maria Neves afirmou que Cabo Verde “tem todas as condições para ser um importante hub de prestação de serviços no domínio da saúde para toda esta região oeste-africana. Mas isso exigiria avultadíssimos investimentos que só serão mobilizáveis com visão, estratégias inteligentes e capacidade de empreendimento”.

A RACS é uma organização de instituições de ensino superior (IES) na área da saúde, centros de Investigação, Laboratórios e outras entidades, públicas e privadas, que conta com meia centena de membros efectivos e entidades parceiras em um universo de mais de 90 mil estudantes e 4.500 docentes.

(Fonte: PR de Cabo Verde, Lusa e jornal Tornado)

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