Por Carina Alentado, foto de António Veloso
Nesta geometria crua de paredes cinzentas de verdade, aqui me encontro. Invisível, para os que passam na sua correria do dia a dia e dos mil caminhos. Este isolamento imposto, que me coloco pois sou diferente. Sou um ser para eles, não uma pessoa. Uma pessoa tem um nome, uma história, uma raiz, uma casa. A minha, assume-se como um espaço de diversas saídas e aberto a todos os que passam por mim, sem ali ficar. Neste estar, que aqui vivo, nesta invisibilidade daqueles que se encontram de olhos abertos e cegos pelo que os rodeia, percebo que também posso abrir a porta para o que sou e para o que posso dar a este mundo de Betão que vejo todos os dias. Já conheço infinitamente, as suas rectas, texturas, enquadramentos, desta casa que a vida me fez viver. Ela, não é a casa que conhecem. Nem tão pouco o lugar. É o encontro que um dia posso vir a ter comigo.
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