Um estudo sobre o Associativismo cabo-verdiano em Portugal revela que mais de dois terços das associações cabo-verdianas estudadas assumem-se como “associações de apoio à integração de imigrantes.”
De acordo com o estudo “Associativismo cabo-verdiano em Portugal: dinâmicas do presente e perspectiva para o futuro”, o associativismo imigrante cabo-verdiano em Portugal tem um percurso histórico que remonta à década de 60 do século passado e que permanece activo até ao presente.
A investigação teve a coordenação de Jorge Malheiros e Ana Paula Horta (Universidade Aberta-UAb), com acompanhamento da Federação das Organizações Cabo-verdianas (FOCV) em Portugal, e identificou no movimento associativo imigrante várias fases evolutivas, marcadas por “factores endógenos e exógenos”, que estão na base das mudanças das próprias estratégias organizativas.
Portugal na CEE
“A expansão do tecido associativo no período 1991-2011, vai de encontro à fase em que ocorreu um aumento significativo da imigração em Portugal”, já que de 1986 Portugal entra para a Comunidade Económica Europeia (CEE), indica.
Avança então um maior investimento em obras públicas e na construção civil, e Portugal passou a “atrair” mais mão-de-obra oriunda dos Países de Língua Oficial Portuguesa (PALOP), e particularmente de Cabo Verde.
“Neste sentido, ocorreu uma maior necessidade de integração desses imigrantes na sociedade de acolhimento, ao ponto de que, hoje, as associações cabo-verdianas identificadas neste estudo se assumem, maioritariamente (72,4%) como associações de apoio à integração de imigrantes”.
Cultura e apoio à documentação
Os principais serviços prestados por estas associações incluem, desde um auxílio para reunirem documentação necessária para efectivar a regularização em Portugal, até a alocação de habitação e apoios ao nível de alimentação, vestuário, educação e inserção profissionais.
“A promoção dos valores culturais cabo-verdianos [como música, dança, culinária] é mobilizada no sentido de favorecer a cidadania e a própria integração”, sublinha o estudo. No entanto, a pandemia da covid-19 impôs novos desafios a todas as dimensões da vida quotidiana portuguesa que se traduziram em mudanças sociais, políticas e sociais.
(Fonte: Inforpress)