No seguimento das negociações corporativas ocorridas na COP28, o Grupo Crédito Agrícola (GCA) anuncia um memorando (position paper) para comunicar o Plano de Transição Net Zero, que pretende reforçar o seu contributo para o combate às alterações climáticas, em alinhamento com o Acordo de Paris.
O Grupo CA associa-se assim à Net Zero Banking Alliance (NZBA), iniciativa liderada pela a Glasgow Financial Alliance for Net Zero (uma coligação de instituições financeiras), convocada pela ONU, que agrupa bancos líderes globais empenhados em financiar ações climáticas ambiciosas para fazer a transição da economia real para emissões líquidas zero de gases com efeito de estufa até 2050.
Áreas e metas
Quanto à gestão interna de todas as operações do GCA, é anunciada uma meta de redução de emissões de CO2 de 60% até 2030. Ao nível do negócio, são estabelecidas metas de redução de emissões de CO2 para os oito sectores de actividade representados na sua carteira de crédito, dentre esses a Agricultura, com um nível de emissões absolutas de 64%.
Todos os demais sectores desempenhados pelo grupo estão incluídos no plano, como o imobiliário residencial e comercial, hotelaria e restauração, energia, aviação, resíduos, águas residuais e sector automóvel. O GCA compromete-se ainda com metas de redução ao nível operacional (gestão interna).
Política de crédito verde
Licínio Pina, presidente do Grupo Crédito Agrícola, afirma que o objectivo é “dar prioridade a financiamentos alinhados com as metas de energia e clima da União Europeia.” O chairman acrescenta que o GCA quer “contribuir activamente para reduzir os riscos climáticos e ecológicos”, “protegendo e valorizando o capital natural existente no território português e apostando em soluções de inovação e tecnologia que contribuam para acelerar o caminho da sustentabilidade e inclusão da sociedade”, conclui.
O memorando salienta ainda a política de originação de crédito, recentemente revista, que dita os princípios de exclusão ou restrição de financiamento do banco, incluindo sectores como mineração e produção de energia a partir de carvão, extração de hulha e lenhite, extracção de urânio ou extracção de petróleo, entre vários outros sectores, atividades ou entidades “que não se encontrem alinhadas com os valores de uma sociedade mais sustentável e inclusiva.”
Recorde-se que Portugal tem dos mais ambiciosos compromissos com a descarbonização, tendo definido no Roteiro para a Neutralidade Carbónica 2050 (RNC2050) que em 2030 deverão existir até 300 mil hectares de agricultura de precisão e 150 mil hectares de agricultura biológica e de conservação, dentre outras metas.
O CA pretende assim tornar-se o banco português com a ambição pública mais elevada ao nível do número de sectores de actividade da carteira de crédito abrangidos por metas Net Zero até 2030. Toda a informação sobre o memorando para o Plano de Transição Net Zero do Grupo Crédito Agrícola pode ser consultada aqui. (Fonte: GCA e UN News)