Raquel Azevedo *
Uma película particular, muito interessante e importante de se ver. Uma produção luso-espanhola, que retrata a liberdade, ser mulher e ser mãe em tempo de ditadura.
O filme passa-se no período do regime em Portugal e em Espanha. Onde um acontecimento problemático acontece, e a personagem principal vê-se obrigada a transformar toda a sua vida.
Esta história é importante, porque nos fala claramente do que é estar num corpo de mulher e dar à vida uma criança. Que pode ou não ser o mais desejado, mas porque os caminhos e percursos muitas vezes não nos dão escolha. Mas fala também do direito ao corpo e decidirá se quer ser livre e escolher outro caminho. Que muitas vezes nos leva ao sofrimento e à morte.
Mais do que nunca, faz sentido ver este filme, por todas as mulheres, por todos os direitos que se conquistaram e por todos os que ainda temos de conquistar!
Em termos técnicos, a qualidade da película é notável. Boas interpretações e intensas, bem como a imagem, os adereços são notáveis para a época.
[Nota do editor: O título do filme “Corno de Centeio” está relacionado com um costume tradicional na cultura popular da Galiza, onde uma pequena parte preta do centeio (uma vez moída e bebida em infusão) é utilizada pelas mulheres para interromper uma gravidez.]
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