Cooperativa dos Operários Pedreiros Portuenses integra a lista das instituições centenárias

A Cooperativa dos Pedreiros foi fundada a 1914 por um grupo de operários, aquando da
construção da Estação de S. Bento, no Porto. José Moreira da Silva é um dos nomes ligados ao seu surgimento, tendo sido um dos dez fundadores da instituição destinada a promover a cooperação entre os pedreiros e a defender os interesses da classe
operária, num período de fortes tensões sociais resultantes de precárias condições de vida e trabalho.

Nesse mesmo ano, foi realizada a primeira obra da Cooperativa dos Pedreiros, a construção do Monumento à Guerra Peninsular situado na rotunda da Boavista, que conta com motivos escultóricos de granito e bronze.

Edifício Miradouro

Tornou-se pioneira em Portugal na técnica de transformação de granito, tendo firmado um contrato de “know-how”, com uma empresa francesa, depois de se deslocar ao país para conhecer novos equipamentos e técnicas de trabalho.
Com vista na implementação de uma vertente social, a instituição deu início, em 1953, à construção do edifício Trabalho e Reforma, cujo valor proveniente das rendas das habitações serviriam para assegurar as pensões dos operários, em caso de doença ou falecimento, a serem entregues às esposas dos mesmos. Em 1969, foi construído o edifício Miradouro, de 13 andares, com a mesma finalidade e que, ainda hoje, cumpre o objetivo para o qual foi planeado.

São muitos os edifícios e monumentos atualmente espalhados pela cidade do Porto, que surgiram da construção concebida por antigos operários da Cooperativa dos Pedreiros. A Câmara Municipal do Porto, o Palácio do Comércio, o Coliseu do Porto, o Palácio dos Correios e o Teatro Rivoli são alguns desses exemplos. Os seus granitos polidos alcançaram mais de 40 países, tendo sido fornecidos para construções como o Palácio de Congressos de Bagdade, no Iraque, que possui granito português nas suas colunas.

Instalações da fábrica da Cooperativa dos Pedreiros

A Cooperativa dos Pedreiros foi já premiada inúmeras vezes pela sua qualidade e profissionalismo, tendo recebido em 1958 a Medalha de Ouro e Diploma de Honra na Exposição Universal e Internacional de Bruxelas, distinção nunca antes reconhecida a uma empresa do setor.
Todas as atividades desenvolvidas ao longo de mais de 100 anos de presença no mercado, levaram a premiações reconhecidas por outras entidades, como é o caso da Medalha de Prata concedida pela Direção Geral de Minas e a Medalha de Mérito – Grau Ouro- concedida pela Câmara Municipal do Porto.

Num futuro próximo, os objetivos da cooperativa focam-se no reforço da internacionalização e do mercado interno, assim como na inovação de produção de peças em áreas como mobiliário urbano e jardins, arte funerária e esculturas de valor artístico acrescentado.

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Ines Soares
Aluna de Ciências da Comunicação na Universidade Fernando Pessoa.