A Árvore – Cooperativa de Actividades Artísticas, fundada a 2 de abril de 1963 no Porto, edita mais um livro e inaugura a exposição “60 de 60”, com um programa comemorativo que estende-se até Outubro.
A Árvore faz parte da grande renovação cultural da cidade do Porto, numa altura de crescente contestação política. Voltada nuclearmente para a prática e divulgação das artes plásticas, criaram-se oficinas próprias de onde continuam a sair trabalhos de reconhecida qualidade no campo da serigrafia, da gravura, litografia e cerâmica.
Mas ainda há espaço para exposições de artes plásticas, edição de catálogos e livros; edição de obra gráfica; oficinas de cerâmica, fotografia; oficinas livres; lançamento e apresentação de livros; conferências, debates e colóquios, prestação de serviços culturais para o exterior e muito mais.
Vítima e interveniente do pós 25 de Abril
O hoje presidente da AG José Rodrigues testemunhou, numa madrugada de Janeiro de 1976, um dos momentos mais importantes da sua existência, uma bomba rebentava com o telhado e com as paredes da casa apalaçada do Passeio das Virtudes. Felizmente, foi apenas a estrutura física a ceder.
A partir de então, a Árvore passou a ser respeitada e apoiada por todos. Em declarações ao JN, Rodrigues acredita no entanto que “a Árvore precisa de um novo ‘abanão’, precisa de sangue novo”, agora com 60 anos de actividades.
Sessenta anos após a sua fundação, inserida como está no centro da actividade cultural do país e com o evoluir da mentalidade do pós 25 de Abril, a arte perdeu o seu desvalorizado papel de complemento ou de simples adorno, adquiriu um novo estatuto que a reconhece e consagra como uma exigência e um vector do avanço social e da transformação das mentalidades.
(Fonte: Centro Nacional de Cultura e JN)