O presidente da Confederação Nacional das Cooperativas Agrícolas e do Crédito Agrícola (Confagri) desafiou o governo a reduzir os custos fixos com a energia, nomeadamente os relacionados com os combustíveis agrícolas, sob pena de, se nada se fizer, se colocar em risco a produção de alimentos nacionais.
Idalino Leão interveio na sessão de encerramento da Festa das Colheitas de Vila Verde, e alertou para os crescentes custos dos fatores de produção no setor agrícola que, para além de estarem a condicionar o rendimento dos agricultores, são também um obstáculo à competitividade do setor em Portugal, especialmente se comparados com os vizinhos espanhóis.
O certame, cuja organização contou com a Cooperativa Agrícola de Vila Verde (Caviver), como o apoio da Confagri e do Município de Vila Verde, realizou-se até o dia 8 de Outubro, inclusivamente com o colóquio “A Terra que temos, que Futuro Pretendemos?”, com uma assistência de mais de uma centena de produtores e técnicos.
A moderação do colóquio esteve a cargo do recém empossado secretário-geral da Confagri, Nuno Serra, num painel com o testemunho dos desafios e das oportunidades de produtores da região, da ATACHA e da DGAV. O evento contou ainda com as intervenções de Júlia Fernandes, presidente da Câmara Municipal, da Ministra da Agricultura Maria do Céu Antunes, e de José Manuel Moreira, presidente da Caviver.
Recorde-se que em 2022, de acordo com o INE, os agricultores portugueses tiveram uma redução do rendimento da atividade agrícola, em termos reais, de 11,8%, teme-se, agora, que em 2023 será ainda pior. Os pagamentos dos apoios da Política Agrícola Comum (PAC), integrados no Pedido Único 2023, deverão ser reduzidos até ao final do mês de dezembro, comparativamente aos pagos no período homólogo de 2022.