CICLP 2023: Protocolo com agência para a Economia Social viabiliza negócios intercooperativos

Uma nova iniciativa de intercooperação entre Brasil e Portugal foi anunciado durante o painel sobre trabalho em rede, introduzido por Deolinda Meira. A investigadora iniciou a discussão ao esclarecer o ordenamento jurídico português, onde “o princípio da mútua cooperação deveria ser uma atitude natural inerente das cooperativas.”

O presidente da Organização das Cooperativas do Estado do Rio Grande do Norte (OCERN), Roberto Coelho, anunciou a criação de um protocolo com a Agência Internacional de Promoção e Defesa da Economia Social (AIPDES), criada em 2012, com associados da Alemanha, Brasil, Espanha e Portugal, a partir do Porto.

Este acordo, aprovado recentemente pela Assembleia daquele estado brasileiro, prevê a operacionalização de todos os negócios no âmbito da Economia Social entre Brasil e Portugal através da AIPDES/OCERN.

Coelho deixou claro que está em Portugal com o propósito de estabelecer parcerias para impulsionar negócios e minimizar perdas, o que envolve estado, instituições públicas, banca, bancos de fomento, confederações e federações cooperativas e muito trabalho em rede.

Deolinda Meira fala sobre intercooperação.

Porque o Rio Grande do Norte
A intercooperação entre Portugal e o Brasil pode ser viabilizado de forma estratégica a partir do Rio Grande do Norte (RN), por questões “de proximidade e logística”, por ser o estado geograficamente mais próximo de Portugal, defende Roberto Coelho, e recorda que o transporte representa um custo médio de 10% para a produção.

O dirigente afirma que o Estado do RN abriga 184 cooperativas, que representam 85 mil associados, o que se reflete na economia em 6% do PIB. Coelho identifica a oportunidade de crescimento, ao pontuar que no estado do Paraná, o setor representa 45% do PIB estadual.

Uma plataforma comercial cooperativa pode fortalecer a economia dos países, desde o local até além fronteiras, aposta o presidente da OCERN. Coelho cita a constituição brasileira, ao afirmar que “o poder emana do povo”, portanto uma organização cooperativa “de base” tem poder.

Educação, formação e academia pelo Cooperativismo
Em comparação com o sistema cooperativo português, unificado, Paulo Jorge, da Povo Portuense, esclarece que o sistema cooperativo brasileiro é regido por uma legislação que pode ter alterações entre os estados, mas assegura de forma concreta a educação e a formação dos seus cooperados.

Esta componente é salientada por Deolinda Meira, que salienta a importância da academia contribuir ainda mais para a produção de estudos e estatísticas sobre a intercooperação. Já o moderador Paulo Jorge reforça a importância educação e formação para dirigentes e quadros cooperativos.

O dirigente cooperativo brasileiro conclui que “não adianta ter uma união central forte se a cooperativa pequenina não o for”, e que por isso, “um dirigente cooperativo pode até ser equivalente a poder político.”

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Marcelo de Andrade
Editor do Diário 560. Jornalista e Fotojornalista há 35 anos.