Central fotovoltaica cooperativa pretende produzir energia verde a preços acessíveis

A Coopérnico e a Câmara Municipal da Figueira da Foz assinaram um contrato, no passado dia 5, que estabelece a cedência de utilização, a título precário, de dois prédios rústicos localizados em Vale de Murta, pelo prazo de 25 anos, para instalação de uma central fotovoltaica

Com um investimento total se estima em cerca de 3,7 milhões de euros, renovável por sucessivos períodos de cinco anos, o documento prevê que os prédios com 11,6 hectares irão ser utilizados para a instalação de uma comunidade de produção de energia renovável ao abrigo do projeto “Energia Acessível para Todos”.

O objetivo é a redução de cerca de 40% do valor da fatura de eletricidade dos participantes, sejam famílias, Instituições Particulares de Solidariedade Social, empresas, indústrias e demais interessados, pela compra de energia solar fotovoltaica.

Face aos actuais comercializadores, esta redução estimada tem como referência a média do preço regulado dos últimos três anos.

Modelo cooperativo para uma energia renovável
Para João Crispim, a representar a Coopérnico – Cooperativa de Desenvolvimento Sustentável, “a produção local distribuída, onde famílias, empresas e outros interessados participam para produzir e consumir a energia renovável é a melhor forma de fazer a transição energética com benefício direto para as populações locais.”

A Coopérnico é a única comercializadora em modelo cooperativo a fornecer energia elétrica renovável, em mercado liberalizado, para todo o país, e desde 2013 já investiu mais 2,15 milhões de euros em 33 centrais de geração solar fotovoltaica, para um total de potência instalada de 2,18 MWp.

A tarifa será fixada no primeiro ano de produção e vigorará até à cessação do contrato, devendo ser atualizada a cada 10 anos, de forma a verificar-se a possibilidade de redução do valor da tarifa face ao desempenho da central fotovoltaica.

Este projeto assenta no desenvolvimento de uma Comunidade de Energia Renovável (CER), sendo que a produção local de energia fotovoltaica (central fotovoltaica) e o consumo deverá ser partilhado pelos edifícios do concelho da Figueira da Foz, na modalidade de Autoconsumo Coletivo (ACC).

O Contrato de Cedência de Utilização também destaca a responsabilidade das partes na comunicação e sensibilização dos consumidores locais para o projeto, enfatizando a importância da participação da comunidade na promoção da energia renovável.

O município da Figueira da Foz, representado no evento pela vice-presidente Anabela Tabaçó, considera “inovador por estar a apoiar um modelo ainda pouco conhecido, com muito caminho por desbravar e muitas barreiras por derrubar”, disse João Crispim, para quem “a Coopérnico tem a convicção de que este é o caminho para uma transição energética mais justa e participada pelos cidadãos”.

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Conteúdos apurados pela Redacção do Diário 560, com auxílio de colaboradores e agências.