Da aldeia de Campo Benfeito, no coração da serra do Montemuro, em Castro Daire, a cerca de 1.030m de altitude, as meninas da Cooperativa Capuchinhas continuam a conquistar o mundo.
Desde 1980, hoje cinco mulheres criam diariamente peças de vestuário contemporâneas de burel, linho e lã, tecidos em tares manuais, com métodos tradicionais.
Em 2019, Capuchinhas participaram pela primeira vez na feira Artigiano in Fiera, em Milão, onde exibiram as peças e os catálogos para Verão e Inverno.
Já a revista de Antropologia Social publicou recentemente um trabalho das investigadoras Teresa Cunha, da UCoimbra e Vanessa Sousa, da Associação Montanhas de Saberes, sobre as Capuchinhas Cooperativa.
Para as investigadoras, um dos objectivos é a análise “do conceito de economia feminista”, em um período turbulento (anos 80) e em que ainda havia muita segregação geográfica e desemprego, sobretudo no interior.
Em segundo lugar, o trabalho etnográfico aborda “a complexidade da criação e da vida da cooperativa, colocando no centro da análise as palavras e narrativas das protagonistas”, diz o resumo.