A livre circulação entre Cabo Verde e a União Europeia é um aspecto complexo, já que envolve os 27 estados-membros e onde cada um tem uma perspectiva nacional relativamente ao tema.
Para a embaixadora europeia em Cabo Verde, Carla Grijó, “eu percebo a ambição de Cabo Verde em relação à livre circulação”, mas “o que temos que fazer é uma política de pequenos espaços, irmos construindo a partir dos ganhos que vamos tendo”, defendeu, em declarações à Inforpress.
A diplomata refere-se à entrada em vigor de um novo acordo de visto entre Cabo Verde e União Europeia, que contém disposições que facilitam significativamente a mobilidade dos cabo-verdianos no território da União Europeia. O diploma está em vigor há menos de um ano, nomeadamente desde 1 de Julho de 2022.
Dentre essas facilidades estão a redução das taxas, o alargamento de categorias de pessoas beneficiárias de vistos de múltiplas entradas múltiplas, a simplificação dos comprovativos a serem apresentados e a criação de um mecanismo que determina a duração da validade dos vistos.
Carla Grijó salientou que este acordo está numa fase de teste para saber se essas facilidades estão de facto a resultar. O diploma veio aumentar ainda mais a facilidade no processamento dos vistos de curta duração, que são da responsabilidade colectiva da UE.
Grijó refere ainda o Centro Comum de Visto, gerido pela embaixada de Portugal, que tem agora novas instalações, muito mais equipada, com mais recursos humanos.
Recorde-se que Cabo Verde e UE têm uma parceria de quase 16 anos, que abrange desenvolvimento, questões comerciais, segurança, segurança marítima, integração regional e de mobilidade. A entrevista decorreu no âmbito do Dia da Europa, comemorado anualmente a 9 de Maio, para festejar a paz e a unidade do continente europeu.