O Sistema Organização das Cooperativas do Brasil (OCB), o Ministério das Relações Exteriores (Itamaraty) e a Organização das Nações Unidas (ONU) reuniram autoridades e cooperativistas de 21 países para debater oportunidades de intercooperação entre as nações para o cumprimento dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS).
Entre os dias 17 a 19, a parceria promoveu o Workshop Internacional Cooperativas pelo Desenvolvimento Sustentável, mesmo tema definido pela Aliança Cooperativa Internacional (ACI) para comemorar o 101º Dia Internacional do Cooperativismo.
O Palácio do Itamaraty abriu as portas para a participação do presidente da República em exercício, Geraldo Alckmin, a ministra substituta das Relações Exteriores, Maria Laura da Rocha, o deputado Arnaldo Jardim à frente da Frente Parlamentar do Cooperativismo (Frencoop), além de representantes da Confederação das Cooperativas Agropecuárias da Argentina (Coninagro), ACI e da ONU.
O presidente do Sistema OCB, Márcio Lopes de Freitas, destacou na abertura do evento a inclusão do tratamento tributário adequado ao ato cooperativo, no texto da recente Reforma Tributária, que está em análise no Senado depois de aprovação na Câmara dos Deputados.
“Demonstramos como temos trabalhado
Márcio Lopes de Freitas, da OCB
pelo desenvolvimento aliado
à sustentabilidade e tudo isso passa
por um processo de responsabilidade
com as comunidades onde estamos inseridos,
gerando prosperidade.”
O presidente do Sistema OCB enfatizou também a importância do diálogo cada vez mais estreito com o Itamaraty para criar novas oportunidades para o cooperativismo brasileiro e, por consequência, para o país: “Estamos alinhados, desde nossas raízes, aos objetivos de desenvolvimento sustentável. No ano passado movimentamos mais de 500 bilhões de reais [cerca de 93 mil milhões de euros] e geramos mais de 500 mil empregos”.
O representante da OCB conclui que “é chegada a hora das nossas cooperativas se internacionalizarem ainda mais. Já exportamos e compramos, mas queremos intensificar a nossa participação no mercado externo, e o Itamaraty, por meio das suas embaixadas, é fundamental para isso”.
“Com o crescimento do cooperativismo
Geraldo Alckmin, numa possível referência
quem ganha é a sociedade,
este é o caminho”
à série “O Mandalorian”, da franquia
cinematográfica Star Wars.
O presidente da República em exercício, Geraldo Alckmin, reconheceu que “o cooperativismo é importante para hoje e para o futuro. Temos um mundo rico e desigual e as diferenças são nítidas. Só tem um caminho para o pequeno sobreviver chamado escala, apoio e novos mercados. Isso se dá por meio do associativismo e do cooperativismo.”
As cooperativas brasileiras exportaram o equivalente a 7,6 mil milhões de euros em 2022, 18,4% a mais do que em 2021. Do total, 73,5% das exportações de cooperativas em 2022 foram de produtos da indústria de transformação e 26% foram produtos da agropecuária.
Desenvolvimento Sustentável
O presidente do Sistema OCB destacou o impacto das cooperativas para o desenvolvimento sustentável, o desenvolvimento económico, além do desenvolvimento de cada indivíduo, e ainda o desenvolvimento para toda comunidade estão inseridas.
A embaixadora Maria Laura Rocha, ministra em funções das Relações Exteriores, frisou ser um prazer sediar o workshop com tantas nações. Sobre a Agenda 2030, ela declarou que é uma prioridade: “O Brasil entende que a participação de todos é fundamental para o cumprimento dos ODS. Precisamos corrigir rumos para garantir, especialmente, a erradicação da pobreza”.
A governante afirma reconhecer e “valorizar o cooperativismo na redução das desigualdades e em outras pautas económicas e sociais para a promoção do desenvolvimento sustentável”, pontuou.
A presidente da Aliança Cooperativa Internacional (ACI Américas), Graciela Fernándes Quintas, congratulou o trabalho da (Frencoop) pela inclusão do ato cooperativo na atualização da legislação tributária brasileira.
Para que que o cooperativismo se aproprie da economia e a torne mais solidária, Quintas acredita que os governos e parlamentos precisam apoiar o movimento cada vez mais. “Estamos desde sempre oferecendo produtos e serviços e cumprimos cabalmente o sétimo princípio, que é o interesse pela comunidade, por meio do trabalho das cooperativas de saúde, de crédito, agrícolas e tantas outras. Não deixamos ninguém de lado”, defendeu.
A dirigente reconhece, no entanto, que é preciso mais conectividade, de uma “digitalização equânime”. Para atingir as metas estabelecidas na Agenda 2030 “precisamos nos comprometer com iniciativas aceleradoras e trazer soluções transformadoras para a sociedade. Temos aqui 21 países celebrando com diálogo e reflexão o que queremos para o futuro do cooperativismo, que pode se apropriar das economias para cuidar de nossas comunidades”, reforçou.
Presidente da Frencoop, o deputado Arnaldo Jardim salientou que “receber 21 representantes de diferentes nações é uma alegria sem tamanho. Isso nos une e essa pauta tem todo o entusiasmo e o apoio do Parlamento brasileiro”, afirmou, em referência à questão ambiental brasileira.
O parlamentar acredita que “ter o reconhecimento internacional sobre nossas práticas de sustentabilidade torna o nosso processo produtivo mais pujante e em favor de todos. Temos qualidade para fazer a diferença e complementar as relações com outras nações com a integração do cooperativismo por meio do princípio da intercooperação”.
O representante da ONU para o Cooperativismo, Andrew Allimadi, anunciou que “em Setembro será lançada a Cúpula de Desenvolvimento Sustentável, na qual os líderes serão chamados a se comprometerem, uma vez que muitas coisas já estão no papel e precisamos trabalhar na implementação desses objetivos”, alertou.
Allimadi reconheceu que “internacionalmente, o Brasil é muito ativo em todos os temas relacionados ao cooperativismo e o Sistema OCB tem grande responsabilidade nisso.”
O representante da ONU enfatizou ainda que é necessária uma mudança inovadora para alcançar os objetivos ao longo dos próximos sete anos. Segundo ele, as cooperativas são peças-chave nesse processo.
“As cooperativas têm como essência apoiar suas comunidades e na questão ambiental elas podem relatar o que fazem e contribuir ainda mais. Nós trabalhamos para que elas tenham mais destaque e assumam responsabilidades importantes. O mundo já aprendeu muito com a Unimed e a Uniodonto, que expandiram o acesso à saúde. Na área agrícola o setor também é pujante, então o Brasil consegue dar apoio para outros países para que o cooperativismo seja mais reconhecido no mundo”, complementou.
(Fonte: Sistema OCB)
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