Brasil irá coordenar Grupo de Trabalho das cooperativas do Mercosul rumo à internacionalização

Sessão plenária RECM em 2022.

A última Reunião Especializada de Cooperativas do Mercosul (RECM) aprovou o comando do Brasil na coordenação daquele colegiado. Zaida Chmaruk, vice-presidente do Instituto Nacional de Associativismo e Economia Social (INAES) da Argentina, “passou o bastão” a Nelson Andrade Júnior, director de Cooperativismo e Agregação de Valor do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa).

Oficialmente, o mandato tem início a partir de 1 de Julho. A presidência da RECM é pro tempore, a cada seis meses há revezamento entre os quatro países integrantes do Mercosul (Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai).

Internacionalização na agenda

O encontro, no último dia 14, tratou da missão internacional para ampliar o acesso ao mercado sul asiático. Os quatro países pretendem impulsionar a comercialização de seus produtos na Índia, Filipinas e Singapura. Esta missão terá lugar no final do mês de Outubro.

O roteiro da missão foi organizado pelo Sistema OCB (Organização das Cooperativas do Brasil), em parceria com o Ministério da Agricultura e aprovado pelo colegiado da RECM, para ser aberto às cooperativas dos quatro países.

O grupo teve boas experiências nas missões anteriores realizadas no Sul da África, em 2018, e em Israel, em 2019. A RECM foi criada para fortalecer a importância do cooperativismo no Mercosul e as parcerias entre os Estados-membros.

“Contaremos com o apoio de nossos postos diplomáticos por meio dos adidos agrícolas, com levantamento [definição] dos produtos que possuem potencial para inserção no mercado do sudeste asiático”, afirmou Nelson Andrade durante o evento.

A missão à Ásia é uma estratégia para fortalecer a atuação no mercado internacional e oportunizar conhecimentos referentes às tendências mundiais para as cooperativas. Nos próximos seis meses os esforços serão dirigidos para questões de sustentabilidade, valorização da produção, intercooperação e abertura de comércio para as cooperativas.

Selo de qualidade cooperativa

Outro ponto de destaque da reunião foi a apresentação de iniciativas de selos de origem, de rastreabilidade, de denominação de origem geográfica, entre outros, para promover os produtos das cooperativas do Mercosul. “Estes selos contribuirão com a valorização dos produtos agrícolas e demonstrarão nossos diferenciais para o alcance de novos mercados”, considerou Andrade.

O grupo RECM terá mais reuniões presenciais e a primeira diligência será realizada em Belém do Pará, para que os outros países membros participem de uma imersão no cooperativismo do Norte brasileiro. Esta será a primeira vez que uma Secção Plenária da RECM decorre na Região Norte do Brasil.

Além de conhecerem as práticas de ribeirinhos e indígenas, está prevista uma visita à cooperativa referência por seu sistema agroflorestal e consolidado processo de exportação, a Cooperativa Agrícola Mista de Tomé-Açu (Camta).

A RECM

O Paraguai assumirá a coordenação do organismo de integração regional em 2024 e, consequentemente, da Reunião Especializada de Cooperativas do Mercosul. O Sistema OCB é um dos fundadores do grupo, criado em 2001, com o objetivo de promover a integração entre os movimentos cooperativos do Cone Sul do continente.

A RECM é uma organização internacional mista e conta com membros dos governos e do sector privado cooperativo, que busca harmonizar as legislações e promover a cooperação técnica e económica entre os órgãos governamentais ligados ao cooperativismo e suas entidades representativas.

(Fonte: Sistema OCB e Mercosul; na foto a sessão plenária de 2022)

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Conteúdos apurados pela Redacção do Diário 560, com auxílio de colaboradores.

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