Brasil: Crise no Rio Grande do Norte tem lado “invisibilizado”, diz ministro

O ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, afirmou esta semana que há um lado “invisibilizado” da crise de segurança no estado do Rio Grande do Norte e que envolve a misoginia, pelo fato de haver mulheres actuando como líderes, ocupando espaços públicos tradicionalmente ocupados por homens.

A afirmação foi feita durante o encontro nacional Segurança Pública e o Enfrentamento à Violência contra a Mulher, na sede do ministério, em Brasília. Na oportunidade, Dino falou sobre a visita que fez na segunda-feira dia 20 à capital do estado, Natal, para acompanhar “a crise de segurança pública que está sendo enfrentada com muita firmeza pela governadora Fátima Bezerra”.

“Quando cheguei, identifiquei que havia duas crises: uma visível e uma invisibilizada. A visível era aquela relativa à emergência do fenómeno do crime organizado que, como sabemos, há décadas questiona as autoridades nacionais e internacionais”, disse o ministro.

Ela, “que deveria estar em casa
lavando as roupas íntimas do marido,
que ela estava indevidamente ocupando
espaço público, ajudando os bandidos”

Mensagem de SMS enviada a
uma parlamentar que acompanhou
a violenta crise carcerária

“A crise invisibilizada […] era a violência política de género. Infelizmente, uma das parlamentares que acompanharam a crise me mostrou uma mensagem em seu celular, que a culpava pela crise; dizia que era dela a culpa da crise, por ser mulher; e que, por isso, ela, que deveria estar em casa lavando as roupas íntimas do marido, que ela estava indevidamente ocupando espaço público, ajudando os bandidos”, acrescentou o ministro.

O ministro Flávio Dino anunciou ainda um reforço de mais 100 milhões de reais (cerca de 17,7 milhões de euros) em investimentos para reforçar a segurança no Rio Grande do Norte ainda em 2023. Os recursos do Fundo Nacional de Segurança Pública serão destinados ao complexo da Polícia Civil, ao regimento de cavalaria da Polícia Militar e a polícia científica do estado.

“Estamos assumindo os custos de obras [previstas] para a polícia científica. Essas despesas serão assumidas pelo governo federal. Dessa forma, vamos liberar o governo estadual para fazer investimentos em viaturas e armas”, disse o ministro durante conferência de imprensa, ao lado da governadora Fátima Bezerra.

Recorde-se que desde o dia 14 o estado enfrenta uma crise na segurança pública, com mais de 252 ataques contra a população, prédios públicos, comércios e veículos, por facções criminosas organizadas.

(Fonte: Agência Brasil, por Pedro Peduzzi)

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