A segurança alimentar tem sido um tema chave na COP28. O jornal online britânico Coop News está a fazer uma cobertura do evento sob a ópctica cooperativista. Leia este relato sobre o papel da Banca Ética e Solidária para o futuro alimentar, em reportagem de Anca Voinea.
No âmbito da Conferência das Nações Unidas sobre Alterações Climáticas (COP28) a decorrer no Dubai, Emirados Árabes Unidos, até 12 de dezembro, a Associação Europeia de Bancos Cooperativos (EACB, na sigla em inglês) organizou um webinar no dia 6 de dezembro para debater como o sector pode contribuir para a construção de sistemas alimentares sustentáveis.
Historicamente ligados ao sector agrícola e muitas vezes profundamente enraizados nas comunidades rurais, os bancos cooperativos [e caixas de crédito agrícola] desempenham um papel fundamental no financiamento de uma transição justa.
Mais de 130 países assinaram a Declaração dos EAU sobre Agricultura Sustentável, Sistemas Alimentares Resilientes e Acção Climática da COP28. Os signatários comprometem-se a intensificar a adaptação para reduzir a vulnerabilidade das empresas agrícolas, promover a segurança alimentar e nutricional, reforçar a gestão integrada da água na Agricultura, nos sistemas alimentares e maximizar os benefícios climáticos e ambientais relacionados.
A EACB reuniu um painel diversificado de representantes de bancos cooperativos, conselheiros da presidência da COP28 e especialistas dos sectores agrícola e do agronegócio para examinar algumas destas questões.
O painel debateu a transição para sistemas alimentares sustentáveis e o quadro financeiro necessário para o permitir, destacando as ações empreendidas pelos agricultores, produtores, bancos cooperativos e outras partes interessadas na cadeia agrícola.
Berry Marttin, o presidente da EACB, argumentou que os custos ocultos do sistema alimentar eram, de facto, o seu verdadeiro valor. “Como bancos cooperativos, precisamos de apoiar os nossos clientes e garantir que desenvolvemos produtos que possam ajudar a resolver este problema”, afirmou, acrescentando que a sociedade civil também pode desempenhar um papel fundamental na promoção da mudança.
Sanna Eriksson, chefe de relações com investidores do OP Financial Group, concordou, explicando que na Finlândia os desafios vêm dos clientes que querem a mudança, e os agricultores precisam de seguir critérios de sustentabilidade se quiserem vender os seus produtos.
“Como banco cooperativo, estamos lá para apoiar os nossos clientes empresariais nos seus percursos rumo a serem mais sustentáveis”, disse ela, explicando que o OP oferece empréstimos de eficiência energética a PME, incluindo explorações agrícolas.
A OP estabeleceu metas de redução de emissões específicas para o sector e está a trabalhar com os agricultores para lhes permitir calcular as emissões de CO2 das suas explorações agrícolas e obter dados. “Empresas cooperativas que assumem a liderança frente aos políticos podem fazer a diferença”, argumentou ela.
Leia a reportagem original aqui. (Foto: UN News)