
A Associação surgiu dia 4 de Março de 1975, sendo uma das primeiras associações de moradores a ser criada pós 25 de Abril. Um grupo de habitantes do bairro reuniu-se na Igreja Paroquial, e com vontade e garra nasceu a Associação de Moradores do Bairro Social da Pasteleira, um organismo sem fins lucrativos vocacionado a eventos e atividades socioculturais.
Começou por ser um pequeno barraco entre a torre 83 e a torre 169, destinado à venda de bebidas. Mais tarde, o espaço foi alargado, tendo ficado assim durante uns tempos. A atual sede da Associação surgiu mais tarde, construída pelos próprios moradores, primeiro o piso de baixo e o auditório, posteriormente o piso superior do edifício. Passado uns anos, os sócios dedicaram-se a construir muros e o atual campo de futebol.
Surgiram depois as atividades, nomeadamente nas áreas do desporto e da cultura. O futebol era constituído por várias equipas, compostas pelas crianças do bairro. O futsal tinha quase os escalões todos, desde iniciados a seniores, sendo maioritariamente para a camada jovem. O ciclismo e o atletismo praticavam-se, inicialmente, à volta do bairro.

No entanto, com o passar dos tempos, as modalidades passaram a comportar muitos gastos. De forma a suportar todas as despesas a Associação agiu, através do bar. Os diretores da coletividade faziam serviço ao bar, durante a hora de almoço e depois do jantar. No entanto, com o decorrer dos tempos, os diretores começaram a ficar com uma certa idade, e consequentemente, a deixar de querer e conseguir dar continuidade ao trabalho. Foi assim necessário colocar o bar à exploração, para tirar serviço aos diretores, de forma a estes ficarem com menos responsabilidades. Desta forma, a Associação conseguiu receitas para se sustentar.
Relativamente às modalidades, com o passar dos tempos e com a situação pandémica, estas foram-se extinguindo. Por um lado, porque as atividades ditas amadoras, como é o caso do futsal, exigem vários custos à coletividade, nomeadamente o policiamento, o campo, as deslocações, entre outras. Por outro lado, porque determinadas atividades, como é o caso do futebol, não apresentam aderência. Apesar do campo e dos balneários da Associação terem sofrido obras e apresentarem ótimas condições, os jovens não aparecem.

Segundo o Presidente José Manuel Ferreira, mais conhecido por Zé Manel, o mesmo acontece com outras atividades que não apresentam procura por parte dos habitantes do bairro. O mesmo afirma que tal ocorre devido à idade dos moradores. Ora se uma grande parte se apresenta com a saúde limitada devido à idade, outra grande parte é jovem e sem interesse em envolver-se nas atividades e nas tradições do bairro.
Atualmente, no que diz respeito às atividades ainda ativas, a Associação tem protocolo com a Cultura e Expansão, conseguindo sessões com vários cantores de renome como é o caso de Rui Reininho, Rui Veloso, Camané, entre outros. A Associação participa também, anualmente, nos Cortejos de São Bartolomeu, sendo o tema deste ano a literatura portuguesa, mais especificamente os 100 anos de José Saramago.

Para além disso, também são realizados eventos pontuais em determinadas alturas festivas, como é o caso do Natal e do aniversário da Associação. Todas as atividades, sessões e eventos são de entrada gratuita, e mesmo assim, poucos são os moradores que descem das suas casas. O presidente da Associação afirma já estar a ficar cansado, de “não sentir o reconhecimento do seu esforço por parte das pessoas”.
Muito do futuro da associação está entregue nas mãos dos moradores, uma vez que são estes que dão vida às atividades. Apesar dos esforços por parte da direcção, a coletividade acredita que é preciso uma mudança de atitude.