Por Paulo Jorge Teixeira
Gosto da palavra oponente, nela se condensa tudo de positivo que se obtém, por juntarmos pensamentos autónomos e diversos.
Em todas as realidades criadas e existentes se confrontam impulsos e vontades de sinal diferentes.
Construímos e perdemos, realizamos, fazemos e temos em nós e dentro do que criamos esses impulsos contraditórios e sobretudo com rumos incertos.
Por isso falar nos problemas que sentimos que influem na construção diária da realidade das cooperativas e das OES é bom usar a palavra oponente.
E frisar que a visão apresentada é uma que vem de dentro da vivência diária de fazer parte destas entidades. como já nos referimos noutra situação são várias as forças de bloqueio destas entidades
A saber:
A diminuição do número de entidades, incapazes de competir num mundo tecnológico, e pela cultura de massas que as TVs e as redes sociais nos trazem;
A redução da capacidade de atração para os seus órgãos sociais e dirigentes, por força dos novos valores a serem colocados na linha da frente pela sociedade moderna. individualismo isolamento social e falta de convívio ganham terreno face aos valores existentes e que são praticados nestas entidades;
A Universidade, que as olha sob o ponto de vista das ciências sociais, para o estudo e análise das mesmas, sem saber e procurar saber qual a sua cultura interna, vivência democrática e valores que difunde e pratica;
As entidades “não praticantes”, como diz um amigo meu. Todas aquelas que, sem terem objetivos, cultura e vivência cooperativa e social, são criadas para aproveitar falhas e pela procura de obter ganhos por uma aparente capa de solidariedade e de valores;
Por fim a incapacidade de as entidades refletirem sobre a sua história, vivência e valores.
Urge por em marcha dois desafios
Criar de raiz e aproveitando o que existe internamente, procurando focar aqui processos de cultura própria, uma entidade de formação que sirva a divulgação, formação, e ensino dos modelos associativo e cooperativo, aos interessados, mas sobretudo aos trabalhadores e dirigentes das entidades de Economia Social
Ter presente que devemos incutir nas novas gerações, a existência e as diferenças dos modelos recuperando os valores e o sentido, o bom sentido da palavra coletivo.
Como sempre, o futuro depende de nós, e do que quisermos fazer dele.
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