Por Paulo Jorge Teixeira (*)
Num país que debate a regionalização como se fosse a vinda do Encoberto, a questão do desenvolvimento local, afigura-se uma eterna luta e sobretudo uma necessidade que falta cumprir.
O modelo do desenvolvimento local remete-nos para questões que de facto não são claras para todos, e nem todos vemos no conceito uma necessidade premente.
Quando temos uma Nação cada vez mais concentrada no litoral, e que do Minho a Setúbal concentra a quase totalidade dos meios de produção, distribuição, e sobretudo de existências em termos de população que quer dizer agir e fazer estas questões serem relevantes.
Assumimos desde logo uma premissa básica, a Norte não temos agentes locais federados em estruturas que pensem estes territórios como um todo, e sobretudo que sejam representantes desses interesses locais. E devíamos ter. Aqui se concentra massa crítica suficiente e sobretudo uma pluralidade e diversidade de territórios que exigem um pensamento próprio e autónomo.
Infelizmente não temos, e sobretudo, continuamos a ter menos a vontade de somar, de que crescer. Urge recriar coletivos perdidos nesta purga semi liberal e semi estatizante que regula o nosso mundo pós 1989.
De que territórios estamos a falar em concreto? Do território da CCDRN e da área metropolitana do Porto. No fundo, um conjunto de territórios que respondem a questões muito interessantes a todos os níveis de desenvolvimento humano e material.
Como construir este modelo? Adriano Vasques Rodrigues defendeu em tempos, e mantem a coerência, a criação de um conjunto de Régis Cooperativas que pudessem ser o motor integrado de uma solução que se quer plural coerente e representativo de todas as famílias da Economia Social.
Mantemos e temos de construir uma solução nova e inovadora para abordar estas questões. O Norte exige, e a própria realidade obriga que se juntem vontades agregadoras que visem construir uma nova realidade aqui. Não somos e nos sentimos representados pelo que existe.
Urge criar uma rede de redes e com ela transformar a realidade em duas grandes áreas, o trabalhar em grupo e sobretudo internamente na formação e capacitação de agentes colaboradores e dirigentes. Se perdermos este combate o ocaso existencial de organizações e entidades será mais visível e a curto prazo.
Até porque ele o é pela nossa existência e sobrevivência. Estou certo que não deixaremos de ir ao combate. Eu, nós, acreditamos.
(*) Paulo Jorge Teixeira é presidente da Direção da CSSPP.
Parece ser um introito para falar da TERRA-ADC, é assim?
Claro que não, amigo. Não compreendo. O que se passa?