A minha, a tua, a nossa rua!

Raquel Azevedo *

Ontem saímos mais uma vez à rua pela defesa dos direitos humanos. Sim, direitos humanos, pois temos todos e todas o direito de cruzar e atravessar fronteiras. Os séculos de história assim o contam e a história da humanidade foi estruturada nestes pilares.

Estamos em 2024, e continuamos a assistir a ataques xenófobos e racistas. Como é possível? É uma pergunta que alguns de nós continuamos a fazer e continuaremos. Pois infelizmente, é verdade que acontece. E voltou a repetir-se com migrantes no Campo 24 de Agosto.

O discurso é perigoso, mas não é novo na verdade. É no fundo readaptado e reestruturado, pelo momento. E o momento que vivemos em Portugal, no Porto, no mundo é de ódio a desfilar pelos corpos, pelo pensamento e pelas palavras quotidianas ditas por muitos.

E a culpa como não é, nem nunca foi solteira, tem de ser de alguém e por norma é sempre de quem se encontra em situação mais frágil. Discurso fácil, que a extrema direita e que os grupos neonazis têm muita experiência a fazer proliferar.

Batemos sempre no passado, na memória curta da humanidade. Mas a verdade é que continuamos sempre a replicar os erros do passado. E aqui temos de refletir nos meios de comunicação social e no seu papel, e na sua contribuição para esta proliferação.

Assim como o cinema, que tem o poder de desconstruir e de colocar a reflexão na sociedade. Mas o que acontece nem sempre é este caminho!

É sempre ou por norma, vamos dar voz aos dois lados… Aqui pode e estará concreta na minha opinião a ratoeira que continuamos ao longo de longo caminho a cometer consecutivamente.

E a rua é e torna-se desta forma o veículo, a casa popular de luta. E ontem mais uma vez o foi, e apesar de os elementos provocadores terem aparecido, na rua gritou-se claramente que os fascistas não tem espaço nesta rua, nas outras e na cidade. Assim como em ado nenhum, pois a rua é do povo, de todas e todos que saibam e respeitem os direitos mais básicos da humanidade.

Não passarão! Nunca passarão!

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Raquel Azevedo
* Raquel Azevedo é técnica multimédia, produtora, activista sindical e cinéfila.

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